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Panorama de Dança traz Minas a SP
Sete dos dez espetáculos da sétima edição do evento, no Teatro Popular do Sesi, vêm do cenário mineiro
RAQUEL COZER
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Foi logo ali, em Minas, que o
Panorama Sesi de Dança pegou
carona para abastecer sua sétima edição. Dos dez espetáculos
que visitam o Teatro Popular
do Sesi, em São Paulo, de amanhã ao dia 18, sete são conterrâneos dos consagrados Grupo
Corpo e 1º Ato.
A curadoria de Ana Francisca
Ponzio privilegiou, em edições
anteriores, produções paulistas
e fluminenses. Desta vez, espreitou companhias já estabelecidas na estrada mineira, mas
que ainda passeiam pouco em
território paulistano. Não necessariamente grupos jovens.
"Selecionei trabalhos que
têm menos visibilidade por
aqui, mas que comprovam a
surpreendente evolução da
dança em Minas", diz Ponzio.
A amostragem inclui de representantes da nova safra, como Vanilton Lakka, 28 -eleito
o melhor intérprete de dança
de 2005 pela Associação Paulista de Críticos de Arte (APCA)-, a artistas experientes,
como Dudude Herrmann, 48.
Cada qual do seu jeito: Lakka
associa o hip hop à dança contemporânea em "Interferência
Inacabada... Preste Atenção no
Ruído ao Fundo" (dia 15), com
participação de um DJ; Herrmann interpreta dois trabalhos
avessos um do outro, o solo
"Maria de Lourdes em Tríade"
(15), e o intenso "Na Planície,
Logo Montanha, Aparece o
Mar", com a cia. Benvinda (16).
"O solo busca a fronteira entre a palavra e a dança. Não deixa de ser um espetáculo de dança; o texto é muito físico. Com a
cia. Benvinda, por outro lado,
trabalho a potência do corpo e
da música", diz a coreógrafa.
A também veterana Cia. de
Dança do Palácio das Artes,
criada em 1971, fecha a programação, nos dias 17 e 18, com
"Transtorna", espetáculo de 22
bailarinos que mostra a vida urbana multifacetada a partir da
obra do escritor Italo Calvino.
Completam o elenco mineiro
as companhias Quick, Meia
Ponta e Camaleão.
Paulistas
Cabe a um nome já firmado
entre as companhias independentes de São Paulo a abertura
do evento: a Cia. Borelli de
Dança, do coreógrafo Sandro
Borelli, 47, que já na primeira
edição do Panorama, em 2001,
figurava entre os selecionados.
O espetáculo é também uma
comemoração pelos dez anos
de existência do grupo. A colcha de "Kafka in Off" tem retalhos de mais de cinco espetáculos já montados por Borelli.
"Inclui trechos de trabalhos
nossos inspirados no autor e
outros de peças com cenas que
nem nós percebíamos que
eram tão kafkianas", diz o coreógrafo, que assegura que a
mistureba resulta num espetáculo "completamente novo".
A experiente Zélia Monteiro,
e ainda a Cia. Siameses, com
participação de Maurício de
Oliveira e Natália Fernandes,
são os outros representantes da
cena paulista no Panorama.
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