São Paulo, sexta-feira, 08 de fevereiro de 2008

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Última Moda

ALCINO LEITE NETO, em Nova York - ultima.moda@folha.com.br

Lacoste 2º tempo

A poderosa marca de sportswear inaugura nova fase de negócios no Brasil e anuncia desfile em São Paulo

A Lacoste completou 75 anos e está com novos planos para o Brasil. "Vamos modernizar todo o nosso negócio no país", conta à Folha, em Nova York, o empresário Philippe Lacoste, um dos herdeiros e diretor de relações internacionais da poderosa marca de sportswear.
A partir deste ano, a Lacoste passará a vender no Brasil a sua linha mais fashion, e não apenas as peças mais básicas. Fará, inclusive, um desfile no dia 24 de abril, em São Paulo, para mostrar o prêt-à-porter da grife, desenhado por Christophe Lemaire desde 2000. Também está prevista a criação de uma flagship na rua Oscar Freire.
A Lacoste foi criada na França pelo campeão de tênis René Lacoste e sua mulher, a campeã de golfe Simone Thion de Chaume. Hoje, fatura cerca de 1,5 bilhão de euros, em 110 países. Phillipe Lacoste, 40, é um "habitué" do Brasil: visitou o país diversas vezes, e sua família tinha uma casa em Búzios.
Desde 2003, a grife francesa desfila na semana de moda de Nova York, onde mostrou no último domingo sua charmosa coleção para o próximo inverno. O destaque foram as peças em preto e cores vivas, inspiradas na bandeira da Jamaica.

 

FOLHA - Por que a Lacoste decidiu mudar seus negócios no Brasil?
PHILIPPE LACOSTE -
A Lacoste mudou muito nos últimos anos, indo na direção da moda, e precisamos exprimir esta mudança no Brasil. Deixamos nosso antigo parceiro no país [a Paramount] e criamos uma joint venture da Devanlay [empresa ligada à Lacoste] com novos parceiros brasileiros e argentinos, para operar no Mercosul. Vamos reformular as lojas e levar nosso prêt-à-porter ao país.

FOLHA - A Lacoste continuará a fabricar no Brasil?
LACOSTE -
Sim, porque, do contrário, os preços ficariam muito altos para o consumidor brasileiro. Eu diria que fabricamos no Brasil 60% do que é vendido no país. Pretendemos aumentar essa produção local, fabricando parte do prêt-à-porter.

FOLHA - As camisas polos também são feitas no Brasil?
LACOSTE -
Sim, e tudo vai muito bem. Nós investimos nas nossas próprias fábricas, não terceirizamos a produção. Preparamos as pessoas para o trabalho, levando inclusive técnicos da França para ensiná-las.

FOLHA - Por que a Lacoste decidiu desfilar em Nova York?
LACOSTE -
Primeiro, porque é uma semana mais sportswear, enquanto Paris é mais costura, e Milão, mais voltada às marcas italianas. Também porque é uma semana onde se pode colocar na passarela ao mesmo tempo as roupas femininas e masculinas. Terceiro, porque, na França, os jornalistas de moda franceses não viam o nosso desfile, de tal modo somos ligados à tradição do país. Eles só prestaram atenção quando nos mudamos para Nova York. Por fim, porque os EUA é o nosso primeiro mercado, com 17% das vendas. A França é o segundo, com 12%.

FOLHA - Por que o esporte e a moda se influenciam cada vez mais?
LACOSTE -
Porque as pessoas querem se vestir de forma mais descontraída e mais confortável. Por outro lado, querem conservar uma certa elegância. E é isso que leva as marcas de esporte a buscarem a moda.


Texto Anterior: Ladrões roubam telas de Picasso de museu suíço
Próximo Texto: Brasileiros desfilam nos EUA
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.