São Paulo, sexta-feira, 08 de março de 2002 |
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Expoente do "nu-metal" dos anos 90, Korn faz shows no Brasil pela primeira vez e prepara-se para o lançamento de "Untouchables" Pelo vil metal
DIEGO ASSIS DA REDAÇÃO Se, há algumas décadas, ter cabelos compridos, falar em (e ouvir) heavy metal eram vistos como indícios de um certo "desvio de caráter" ou como uma tendência a envolver-se em seitas nada ortodoxas de adoração ao demo, a partir dos anos 90, a história tem mudado radicalmente. Herdeiros dignos da versão mais teatral do metal de Black Sabbath, Alice Cooper e afins, os integrantes do Korn teriam -quase- tudo para entrar para a lista negra das (boas) famílias norte-americanas: letras que tratam de tabus sexuais, abuso de drogas, bebedeiras homéricas, morte, sangue etc. etc. etc. Mas algo parece ter dado errado, digo, certo para o quinteto californiano formado em 1994 e que vendeu milhões de cópias de seus dois últimos CDs, "Issues" (1999) e "Follow the Leader" (1998). A pose de mau de Jonathan Davis (vocal), James "Munky" Shaffer (guitarra), Brian "Head" Welch (guitarra), Fieldy (baixo) e David Silveria (bateria) nada mais fez do que atrair uma legião infinita de fãs adolescentes para seus concertos -reza a lenda, dos mais caros e disputados atualmente nos EUA. Também em "consideração" aos fãs, a banda foi uma das pioneiras a transmitir seus shows ao vivo pela internet, com sua "Korn T.V.", distribuir bonés e camisetas nas ruas de Nova York e, mais recentemente, elaborar um concurso entre a molecada para escolher a capa de seu disco mais recente, "Issues". Golpe fatal para os metaleiros de plantão; a velha história do "só gosto do primeiro disco", "não vou mais ouvir porque eles viraram pop", coisa e tal. O fato é que, depois de dois anos trancados em estúdio com o produtor Michael Beinhorn (Marylin Manson, Ozzy Osbourne, Smashing Pumpkins), o Korn volta à cena com "Untouchables", álbum de 14 faixas previsto para o dia 11 de junho. Antes disso, o grupo faz os últimos shows da turnê de "Issues" na América Latina, passando por aqui em 11 e 12 de junho, no Credicard Hall. Da Cidade do México, onde realizaram um show no começo do mês com abertura dos coleguinhas de "nu-metal" do Limp Bizkit, Jonathan Davis, 31, e Munky, 31, concederam a seguinte entrevista à Folha. Folha - Vocês já estiveram alguma vez no Brasil? Folha - Há quanto tempo vocês
vêm fazendo a turnê de "Issues"? Folha - E qual será o repertório do
show? Folha - O que vocês já podem
adiantar sobre o novo álbum, "Untouchables"? Vocês esperam o
mesmo sucesso de "Issues" e de
"Follow the Leader"? Folha - Qual o significado do título? Folha - Como vocês julgam a contribuição do Michael Beinhorn nesse disco? Davis -Ele é um cara que trabalha duro e que extraiu o máximo
da gente. O Michael não aceitava
qualquer coisa, não era aquele tipo de produtor que diz "já gravamos duas vezes, está bom assim",
ele gravava a terceira, a quarta... É
mesmo um gênio. Muitas vezes ficava difícil porque ele era tão perfeccionista, mas só queria o melhor para a banda e para o disco. Folha - Vocês sempre tiveram
uma troca interessante com os fãs.
Como fica isso quando, de tão ansiosos por saber novidades da banda, esses mesmos fãs começam a
divulgar e a trocar suas músicas pela internet por MP3? Munky -Não vamos fazer campanha contra o MP3. Estamos fora dessa. Folha - Em meados dos anos 90,
época da explosão de Korn, Deftones, Soulfly etc., a imprensa internacional acabou rotulando-os de
"nu-metal" (novo metal). O que vocês acham disso? Munky -Fomos também influenciados por muitas bandas, como
Mr. Bungle, Faith No More, Biohazard, que já faziam esse cruzamento da música alternativa com
o metal. Mas não no sentido de fazer músicas mais pop ou algo parecido. Folha - Pode-se dizer que Sepultura é uma referência? |
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