São Paulo, terça-feira, 08 de março de 2005

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ARTE

Quadros foram levados de hotel de luxo, incluindo "O Vestido Azul" e auto-retrato

Mais três obras de Munch são furtadas na Noruega

DA REDAÇÃO

Três obras do artista norueguês Edvard Munch (1863-1944) foram furtadas, no último domingo, de um hotel localizado próximo a Moss, região sudeste da Noruega, anunciou ontem a polícia local.
Foram levadas das paredes do restaurante do hotel Refsnes Gods uma aquarela de 1915 chamada "O Vestido Azul" e duas litogravuras -um auto-retrato de Munch e um retrato do dramaturgo sueco August Strindberg.
O incidente acontece quase sete meses após "O Grito" -obra mais conhecida do artista- e "Madonna" terem sido roubados do museu Munch, em Oslo -caso ainda não resolvido.
Segundo o responsável pelas investigações, Jan Pedersen, integrante da polícia local, uma funcionária do hotel entrou no restaurante por volta das 23h do último domingo e flagrou duas pessoas que haviam retirado as obras da parede. "Eles largaram uma delas, quebraram a moldura e o vidro, mas levaram os quadros e fugiram", disse Pedersen sobre o furto. Seguindo descrições, a polícia procura dois homens aparentando 20 e poucos anos, alturas medianas e cabelos escuros.
"Ainda não há como dizer se há uma conexão [entre o novo caso e o roubo do museu], mas pedimos ajuda à Kripos [Serviço de Investigação Criminal Nacional da Noruega] e naturalmente estaremos em contato com a polícia de Oslo", afirmou Pedersen, que não soube dizer o valor dos quadros furtados do hotel.
O proprietário do estabelecimento, Vidar Salbuvik, disse que as obras eram parte de uma coleção de 400 peças, incluindo mais quatro trabalhos de Munch, que estão expostas no restaurante.
O próprio hotel é parte de uma propriedade criada em 1767: fica localizado na ilha de Jeloey, onde Munch viveu e trabalhou entre 1913 e 1916, quando ele se mudou para Oslo. Salbuvik diz que os quadros não são tão famosos quanto "O Grito" ou "Madonna", apesar de serem muito conhecidos entre colecionadores de arte.
Segundo o proprietário, os quadros de seu hotel estão fixados na parede com molduras típicas de museus. Em entrevista à radio NRK, ele afirmou que os ladrões arrancaram e estragaram as molduras, apesar de ser pouco provável que as obras tenham sido danificadas. Havia um sistema de alarme no local, mas não foi acionado porque o hotel ainda não estava fechado para a noite.
"Parece ser uma moda entre ladrões roubar Munch. Quão profissional é roubar arte? Alto valor, grande risco e difícil de vender. Eles teriam que ser muito tolos para fazer isso", disse Salbuvik.

Caso aberto
Em agosto do ano passado, três indivíduos armados e encapuzados entraram no museu Munch, em Oslo, e levaram "O Grito" (1893) -sua obra mais conhecida, símbolo da angústia do homem perante o mundo- na frente de vários turistas.
No mesmo dia, a obra "Madonna" foi roubada do mesmo museu. Até o momento, a polícia não conseguiu localizar os quadros que, segundo especialistas, poderiam chegar a valer US$ 85 milhões (cerca de R$ 226 milhões) em leilões.


Com agências internacionais

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