São Paulo, sábado, 08 de março de 2008

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OSB celebra a chegada da família real ao Brasil

Orquestra interpreta "Missa de Nossa Senhora da Conceição", de José Maurício Garcia

No segundo semestre, a OSB executa obras que lembram a vinda da corte ao Rio, pedidas a Marisa Resende, Eurico Carrapatoso e outros

IRINEU FRANCO PERPETUO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Enquanto aquece as turbinas para o começo de sua temporada de concertos no Teatro Municipal, a Orquestra Sinfônica Brasileira celebra hoje, às 19h, no Rio de Janeiro, os 200 anos da chegada da corte portuguesa à cidade.
Sob a batuta do diretor artístico e regente titular Roberto Minczuk, a OSB faz a reinauguração da igreja de Nossa Senhora do Carmo da Antiga Sé, com a "Missa de Nossa Senhora da Conceição", do maior compositor brasileiro do período colonial, José Maurício Nunes Garcia (1767-1830).
De caráter brilhante e festivo, com solos vocais de grande dificuldade técnica, e largas seções contrapontísticas, a partitura foi escrita em 1810, quando o compositor mulato ocupava a chefia da Real Capela -a orquestra da corte de dom João.
Depois de quase 200 anos, a missa só se fez ouvir novamente em Austin, no Texas, em 2005, após a partitura ter recebido edição crítica do musicólogo Ricardo Bernardes. A OSB pretende registrar a obra em CD. Outra homenagem da orquestra à efeméride será a execução, no segundo semestre, de obras inéditas lembrando a vinda da corte para o Rio, encomendadas aos compositores contemporâneos Edino Krieger, Marisa Rezende, Eurico Carrapatoso, Almeida Prado e Ronaldo Miranda.
Neste ano, a OSB já tocou na Sala Cecília Meireles, dia 1º, mas o início de sua temporada no Municipal está prevista para o dia 29, também com regência de Minczuk, e com solos da soprano australiana Elizabeth Whitehouse -em um programa que será repetido em São Paulo, em 6 de abril.
Ao todo, a orquestra carioca faz quatro concertos na Sala São Paulo, sempre com Minczuk; além de Whitehouse, haverá ainda Daniel Binelli (bandoneón, 23 de junho), Ping Peng (piano, 17 de agosto) e Yamandu Costa (violão, 25 de outubro).
Incluindo o maestro Kurt Masur e seu filho, o também regente Ken-David Masur, além de solistas como Kathleen Battle (soprano), Leila Josefowicz (violino), Antonio Meneses (violoncelo) e os pianistas Menahem Pressler e Arnaldo Cohen, a temporada carioca da OSB deste ano será mais curta.
"Como o Municipal fecha para obras de restauro em outubro, tivemos que fazer uma programação mais concentrada, terminando em setembro", explica Minczuk.
Está prometido para o segundo semestre deste ano o final das obras daquela que deverá ser a nova sede da orquestra, a Cidade da Música, ambicioso projeto da prefeitura carioca na Barra da Tijuca, orçado em R$ 400 milhões.


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