São Paulo, domingo, 08 de março de 2009

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Revolução é tema da Coleção Folha

Sétimo volume da série sobre grandes fotógrafos reúne imagens de Capa e Korda

A Guerra Civil Espanhola e a Primavera de Praga são retratadas nesta publicação, que chegará às bancas no próximo domingo


DA REPORTAGEM LOCAL

Com o olhar penetrante de Che Guevara imortalizado pelo fotógrafo cubano Alberto Korda na capa, "Revoluções", o sétimo volume da Coleção Folha Grandes Fotógrafos, chega às bancas no próximo domingo.
A Guerra Civil Espanhola, a invasão da China pelo Japão e a ascensão do comunismo sob o comando de Mao Tse-tung, a chegada de Fidel Castro ao poder em Cuba, a Primavera de Praga e as manifestações estudantis de 1968 em Paris são os eventos abordados nas 20 fotografias em preto-e-branco de "Revoluções". As imagens são de cinco expoentes da fotografia mundial em coberturas de conflitos: Robert Capa, Henri Cartier-Bresson, Josef Koudelka e Burt Glinn, além de Korda.
A imagem de Che Guevara na capa, considerada a fotografia mais vezes reproduzida no mundo, surge editada sem os cortes laterais, como ficou conhecida. Naquele dia de 1960, Che participava do funeral da tripulação do cargueiro La Coubre, que transportava armas para Cuba e sofreu atentado das forças anticastristas. Ao realizar exposição em São Paulo, em 1997, Alberto Korda (1928-2001) dizia que sua foto era não apenas a mais publicada no mundo, mas também a mais roubada, pois nunca havia recebido direitos sobre as incontáveis reproduções. De sua mochila ele sacava cópias que eram vendidas a U$ 100 e assinada à vista dos compradores.
Seguindo a ordem cronológica das revoluções do século 20, o livro abre com imagens de Capa na Guerra Civil Espanhola. Chama atenção o retrato de um garoto com cerca de dez anos de idade, armado, vestindo quepe com o escrito "Uni-vos, Irmãos Proletários". A inocente expressão infantil cria forte contraste com o armamento.
Capa cobriu cinco grandes conflitos durante sua (curta) vida, antes de terminar a carreira ao pisar numa mina na Guerra da Indochina, em 1954. Após a Espanha, ele seguiu para a China, onde realizou uma cobertura memorável da qual se destaca a imagem do Exército feminino de cadetes. Peito estufado, olhar para o alto e movimentos idênticos, reforçados pela composição geométrica de Capa, simboliza a força e a determinação do povo para enfrentar os invasores japoneses.
Cartier-Bresson chegou à China dez anos depois, no inverno de 1948-1949, "a tempo de fotografar o histórico desmoronamento do governo do Kuomintang em Pequim e Xangai, enquanto a maré vermelha de Mao, o chamado Grande Timoneiro, tomava o poder", como descreve um texto do volume. Uma das fotos históricas desse momento, publicada em "Revoluções", mostra um dos últimos momentos do governo Kuomintang, que, para tentar frear a entrada dos revolucionários de Mao em Pequim, em 1948, recrutou 10 mil pessoas, postadas diante do Palácio Imperial. O fotógrafo certo no local e hora exatos.


Texto Anterior: Ferreira Gullar: Quando dois mais dois são cinco
Próximo Texto: Show: André Abujamra canta hoje no Ibirapuera
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.