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Crítica
Em "Só a Mulher Peca", Lang filma forças da natureza
INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA
É um estranho encontro:
Barbara Stanwick e Marilyn
Monroe. Todo gesto de Stanwick é pecaminoso. Ela sempre
está envolvida em roubo, adultério, assassinato. É uma mulher dominada pelos próprios
impulsos, submetida a eles,
cheia de culpas. Mais cedo ou
mais tarde, acabaria num filme
de Fritz Lang, como "Só a Mulher Peca" (TCM, 0h05).
Barbara é uma mulher dos
anos 40, talvez 30. Marilyn é
bem anos 50. Não uma profissional (não ainda), mas uma
profissional da sedução. Ela sabe muito bem que suas curvas
são o maior patrimônio que
tem e não se sente minimamente culpada por isso.
Na trama, Barbara volta à sua
cidadezinha portuária, casa
com Paul Douglas, mas transa
com Ryan. Ponto forte do filme: a representação da região
portuária, o trabalho dos pescadores. Lang faz com que o clima de tragédia venha do mar.
Ele, que em outros tempos
não filmava o mar, por medo de
sua força. Aqui filma o mar,
Barbara e Marilyn: três forças
da natureza.
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