São Paulo, sexta-feira, 08 de maio de 2009

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Star Orchestra reúne vanguarda

Formado em 2005, grupo tem músicos do Tortoise, Art Ensemble of Chicago e do brasileiro Hurtmold

Com direção do trompetista norte-americano Rob Mazurek, Exploding Star Orchestra se apresenta hoje e amanhã no Sesc Vila Mariana

RONALDO BRESSANE
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Quando soar a peça "The 63 Moons of Jupiter", composta pelo diretor e trompetista Rob Mazurek especialmente para os concertos paulistanos, hoje e amanhã no teatro do Sesc Vila Mariana, a Exploding Star Orchestra irá apresentar uma constelação excepcional de artistas da música de vanguarda norte-americana.
Bandas como Tortoise, Art Ensemble of Chicago, Isotope 217, The Eternals, Chicago Underground e Hurtmold fazem o recheio desta Orchestra -formada em 2005, quando o Chicago Cultural Center e o Jazz Institute incumbiram Mazurek de montar um grupo para representar a música contemporânea da cidade.
Mazurek, que vive no Brasil há oito anos (três em Manaus, três em Brasília e dois em São Paulo), integra o SP Underground e tem sido figura fácil em álbuns da nova cena, como o do sambista Kiko Dinucci. Porém, tocar em São Paulo como se estivesse "em casa" é a primeira vez.
Aliás, "primeira vez" é expressão importante para entender a superbanda, vitaminada por improvisações em free jazz, música eletroacústica, concreta, minimalista e até rock. O disco de estreia, "We're All from Somewhere Else", descreve a explosão de uma estrela e suas metamorfoses cósmicas. Ao vivo, a base sonora ganha mutações e colorações que "jamais se repetirão".
O trompetista de 45 anos debutou no hard bop de Chicago e hoje descreve sua música como "projeções sonoras". O termo tem a ver com a outra atividade deste aficionado por ficção científica: artista plástico.
"Sempre escuto umas coisas enquanto pinto, ou vejo formas quando toco", diz Mazurek. Em São Paulo, ele flerta com uma cena que flana entre música e artes plásticas e toca ainda com os membros do Hurtmold (grupo que acompanha Marcelo Camelo) Maurício Takara (percussão) e Guilherme Granado (marimbas), que são o tempero brasileiro da Exploding Star.
Duas outras participações tornam único o concerto. A primeira é a do imprevisível Roscoe Mitchell, saxofonista de 79 anos que, com sua Art Ensemble of Chicago, foi um dos fundadores da Association for the Advancement of Creative Musicians (AACM) -seu nome é indissociável do avant-garde jazz dos últimos 30 anos. A segunda é do vocalista e tecladista Damon Locks, do grupo de electro-dub Eternals.
Completam a Orchestra Nicole Mitchell (melhor flautista de 2006 para a revista "Downbeat"), a saxofonista Matana Roberts (AACM), os bateristas John Herndon (Tortoise), Chad Taylor (Iron & Wine) e -são três!- Mike Reed (Loose Assembly), o vibrafonista Jason Adesiewicz (Rolldown), o baixista funk Matthew Lux (Isotope 217), o trombonista nova-iorquino Steve Swell, o músico eletrônico Kevin Drumm (guitarrista de vanguarda) e o saxofonista Matt Bauder (Anthony Braxton).


EXPLODING STAR ORCHESTRA
Quando: hoje e amanhã, às 21h
Onde: teatro do Sesc Vila Mariana (r. Pelotas, 141, tel. 0/xx/11/5080-3000)
Quanto: R$ 40
Classificação: 12 anos



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