|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Star Orchestra reúne vanguarda
Formado em 2005, grupo tem músicos do Tortoise, Art Ensemble of Chicago e do brasileiro Hurtmold
Com direção do trompetista norte-americano Rob Mazurek, Exploding Star Orchestra se apresenta hoje e amanhã no Sesc Vila Mariana
RONALDO BRESSANE
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Quando soar a peça "The 63
Moons of Jupiter", composta
pelo diretor e trompetista Rob
Mazurek especialmente para
os concertos paulistanos, hoje e
amanhã no teatro do Sesc Vila
Mariana, a Exploding Star Orchestra irá apresentar uma
constelação excepcional de artistas da música de vanguarda
norte-americana.
Bandas como Tortoise, Art
Ensemble of Chicago, Isotope
217, The Eternals, Chicago Underground e Hurtmold fazem o
recheio desta Orchestra -formada em 2005, quando o Chicago Cultural Center e o Jazz
Institute incumbiram Mazurek
de montar um grupo para representar a música contemporânea da cidade.
Mazurek, que vive no Brasil
há oito anos (três em Manaus,
três em Brasília e dois em São
Paulo), integra o SP Underground e tem sido figura fácil
em álbuns da nova cena, como
o do sambista Kiko Dinucci.
Porém, tocar em São Paulo como se estivesse "em casa" é a
primeira vez.
Aliás, "primeira vez" é expressão importante para entender a superbanda, vitaminada por improvisações em free
jazz, música eletroacústica,
concreta, minimalista e até
rock. O disco de estreia, "We're
All from Somewhere Else",
descreve a explosão de uma estrela e suas metamorfoses cósmicas. Ao vivo, a base sonora
ganha mutações e colorações
que "jamais se repetirão".
O trompetista de 45 anos debutou no hard bop de Chicago e
hoje descreve sua música como
"projeções sonoras". O termo
tem a ver com a outra atividade
deste aficionado por ficção
científica: artista plástico.
"Sempre escuto umas coisas
enquanto pinto, ou vejo formas
quando toco", diz Mazurek. Em
São Paulo, ele flerta com uma
cena que flana entre música e
artes plásticas e toca ainda com
os membros do Hurtmold (grupo que acompanha Marcelo
Camelo) Maurício Takara (percussão) e Guilherme Granado
(marimbas), que são o tempero
brasileiro da Exploding Star.
Duas outras participações
tornam único o concerto. A primeira é a do imprevisível Roscoe Mitchell, saxofonista de 79
anos que, com sua Art Ensemble of Chicago, foi um dos fundadores da Association for the
Advancement of Creative Musicians (AACM) -seu nome é
indissociável do avant-garde
jazz dos últimos 30 anos. A segunda é do vocalista e tecladista Damon Locks, do grupo de
electro-dub Eternals.
Completam a Orchestra Nicole Mitchell (melhor flautista
de 2006 para a revista "Downbeat"), a saxofonista Matana
Roberts (AACM), os bateristas
John Herndon (Tortoise),
Chad Taylor (Iron & Wine) e
-são três!- Mike Reed (Loose
Assembly), o vibrafonista Jason Adesiewicz (Rolldown), o
baixista funk Matthew Lux
(Isotope 217), o trombonista
nova-iorquino Steve Swell, o
músico eletrônico Kevin
Drumm (guitarrista de vanguarda) e o saxofonista Matt
Bauder (Anthony Braxton).
EXPLODING STAR ORCHESTRA
Quando: hoje e amanhã, às 21h
Onde: teatro do Sesc Vila Mariana (r.
Pelotas, 141, tel. 0/xx/11/5080-3000)
Quanto: R$ 40
Classificação: 12 anos
Texto Anterior: Teatro: Monólogo inicia programação em homenagem a Hilda Hilst Próximo Texto: Claudia Dorei faz show no auditório Índice
|