São Paulo, sexta-feira, 08 de junho de 2001

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RUÍDO

Governo & gravadoras

PEDRO ALEXANDRE SANCHES
DA REPORTAGEM LOCAL

A Associação Brasileira dos Produtores de Discos assume que a pirataria de CDs já acomete 50% do mercado nacional, embora na indústria se fale frequentemente na cifra de 70%.
O diretor-geral da ABPD, Márcio Gonçalves, crava: "A pirataria está fora de controle. Se continuar nesse passo até o fim do ano, acabou tudo". Ele endereça supostas responsabilidades: "Não existe política oficial de combate, repressão e fiscalização. A culpa, nesse caso, é mesmo do governo".
Do lado oficial, o coordenador de direito autoral do Ministério da Cultura, Otávio Afonso, troca o endereço. "Pirataria não é só caso de polícia. Se queremos falar seriamente disso, temos que falar também dos preços praticados pelo setor. Qual ação foi feita até hoje pelas associações? Não conheço nenhuma."
Um comitê interministerial de combate foi criado (devido a pressões dos EUA, segundo o presidente da Universal e ex-presidente da ABPD Marcelo Castelo Branco) em março, sem ações objetivas até agora. Mas acaba de ser nomeado para presidir o comitê o delegado Roberto Precioso Jr., que deu voz de prisão ao juiz Lalau e lida com narcotráfico e crime organizado. Sintoma de barra-pesada.

O INDEPENDENTE

O mineiro Paulo Beto, 35, elabora novo CD assinado sob sua alcunha eletrônica, Anvil FX, a sair no segundo semestre pela independente YBrazil?, e já tem pronta a estréia de seu grupo space-pop Silvestre e Zorak, a sair pelo novo selo indie Bizarre. Mais: arquiteta a volta do indescritível Brazilian Gengis Khan, aquele do "comer, comer/ é o melhor para poder crescer". Em versão eletrônica.

RITA McCARTNEY

Rita Lee acaba de assinar contrato para um disco pela Abril Music. Depois de "3001" (e do recém-gravado dueto com Edson Cordeiro em "Não se Reprima", do Menudo), volta a 1001: o CD só terá canções dos Beatles. Em inglês. E em pique de bossa nova.

VIRGIN MIOU

Sinal de crise: a EMI acaba de reincorporar a até há pouco semi-autônoma gravadora Virgin (Art Popular, Leandro Lehart, O Surto). A matriz diz com letras simples que não haverá cortes de artistas: "Não há condição de enxugar o elenco, porque é o que dá dinheiro à gravadora".

TRAMA x UNIVERSAL

O presidente da Trama, João Marcello Bôscoli, explica o aborto das negociações para a gravadora se associar à Universal: "Economicamente falando, seria inviável lançarmos tantos títulos. E sofremos pressão de lojistas, artistas, gravadoras e até de nossos funcionários para que nós continuássemos cuidando de nossa distribuição". O chefe da Universal, Marcelo Castelo Branco, joga a bola para lá: "A exploração de nossos títulos teria que contemplar investimentos por parte deles. Se não, nós mesmos os lançaríamos". E assim o precioso catálogo da Universal continua na cucuia.

BASTIDORES

ACM caiu, Gal Costa faz balancê: adiou o CD que lançaria em junho, até baixar a poeira. A BMG ajuda no abafa e diz que a data prevista sempre foi setembro. Hãhã. Manoel Poladian não empresaria mais os Titãs.
Agora o grupo paulista é da Natasha, de Paula Lavigne, que já cuida de Caetano, Virginia Rodrigues e Adriana Calcanhotto.
E-mail - psanches@folhasp.com.br


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