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RUÍDO
Governo & gravadoras
PEDRO ALEXANDRE SANCHES
DA REPORTAGEM LOCAL
A Associação Brasileira dos
Produtores de Discos assume
que a pirataria de CDs já acomete 50% do mercado nacional,
embora na indústria se fale frequentemente na cifra de 70%.
O diretor-geral da ABPD,
Márcio Gonçalves, crava: "A pirataria está fora de controle. Se
continuar nesse passo até o fim
do ano, acabou tudo". Ele endereça supostas responsabilidades: "Não existe política oficial
de combate, repressão e fiscalização. A culpa, nesse caso, é
mesmo do governo".
Do lado oficial, o coordenador
de direito autoral do Ministério
da Cultura, Otávio Afonso, troca
o endereço. "Pirataria não é só
caso de polícia. Se queremos falar seriamente disso, temos que
falar também dos preços praticados pelo setor. Qual ação foi
feita até hoje pelas associações?
Não conheço nenhuma."
Um comitê interministerial de
combate foi criado (devido a
pressões dos EUA, segundo o
presidente da Universal e ex-presidente da ABPD Marcelo
Castelo Branco) em março, sem
ações objetivas até agora. Mas
acaba de ser nomeado para presidir o comitê o delegado Roberto Precioso Jr., que deu voz de
prisão ao juiz Lalau e lida com
narcotráfico e crime organizado. Sintoma de barra-pesada.
O INDEPENDENTE
O mineiro Paulo Beto, 35,
elabora novo CD assinado
sob sua alcunha eletrônica,
Anvil FX, a sair no segundo
semestre pela independente
YBrazil?, e já tem pronta a estréia de seu grupo space-pop
Silvestre e Zorak, a sair pelo
novo selo indie Bizarre. Mais:
arquiteta a volta do indescritível Brazilian Gengis Khan,
aquele do "comer, comer/ é o
melhor para poder crescer".
Em versão eletrônica.
RITA McCARTNEY
Rita Lee acaba de assinar
contrato para um disco pela
Abril Music. Depois de "3001"
(e do recém-gravado dueto
com Edson Cordeiro em "Não
se Reprima", do Menudo),
volta a 1001: o CD só terá
canções dos Beatles. Em inglês.
E em pique de bossa nova.
VIRGIN MIOU
Sinal de crise: a EMI acaba de
reincorporar a até há pouco
semi-autônoma gravadora
Virgin (Art Popular, Leandro
Lehart, O Surto). A matriz diz
com letras simples que não
haverá cortes de artistas: "Não
há condição de enxugar o
elenco, porque é o que dá
dinheiro à gravadora".
TRAMA x UNIVERSAL
O presidente da Trama, João
Marcello Bôscoli, explica o
aborto das negociações para a
gravadora se associar à
Universal: "Economicamente
falando, seria inviável
lançarmos tantos títulos. E
sofremos pressão de lojistas,
artistas, gravadoras e até de
nossos funcionários para que
nós continuássemos cuidando
de nossa distribuição". O chefe
da Universal, Marcelo Castelo
Branco, joga a bola para lá: "A
exploração de nossos títulos
teria que contemplar
investimentos por parte deles.
Se não, nós mesmos os
lançaríamos". E assim o
precioso catálogo da Universal
continua na cucuia.
BASTIDORES
ACM caiu, Gal Costa faz balancê: adiou
o CD que lançaria em junho, até baixar a poeira. A BMG ajuda no
abafa e diz que a data prevista sempre foi setembro. Hãhã.
Manoel Poladian não empresaria mais os Titãs.
Agora o grupo paulista é da Natasha, de Paula Lavigne, que já
cuida de Caetano, Virginia Rodrigues e Adriana Calcanhotto.
E-mail - psanches@folhasp.com.br
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