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CINEMA/ESTRÉIAS
"A PARTILHA"
Dirigido por Daniel Filho e baseado em peça de Miguel Falabella, filme tem estréia nacional com 144 cópias
Produção global se espalha pelo Brasil
SILVANA ARANTES
DA REPORTAGEM LOCAL
Quando "A Partilha", de Miguel
Falabella, estreou no teatro, em
1990, o homem de TV Daniel Filho garantiu os direitos de sua
transposição para o cinema.
Com uma década de distância
da "première" nos palcos, a história das quatro irmãs que promovem um acerto de contas emocional e financeiro após a morte da
mãe chega hoje às telas das cinco
regiões do país, em 144 cópias
produzidas e distribuídas pelos
selos da Globo Filmes (empresa
em que Daniel ocupa o cargo de
diretor artístico), Lereby (a produtora do cineasta) e Columbia.
O quarteto de atrizes protagonistas é capitaneado por Glória
Pires -"A única em que pensei
desde o início", diz Daniel- e
traz os nomes de Lilia Cabral, Andrea Beltrão e Paloma Duarte.
Daniel Filho, que teve a astúcia
de perceber rapidamente o apelo
popular de uma história que deu
fama e fortuna ao seu autor e envernizou a carreira de não poucas
atrizes, sabe que não fez um filme
denso. "Não acredito que "A Partilha" deva participar de festivais.
Filme para ir a festival tem que ser
contundente", diz.
É um projeto ao qual se apegou
e desapegou nos últimos dez
anos. "Muitas vezes pensei em desistir. Mas me lembrava do Bruno
Barreto dizendo: "Se você não quiser dirigir, dirijo eu". Ele havia dito
isso em "Dona Flor e Seus Dois
Maridos" e deu no que deu."
O roteiro, que preserva bastante
da estrutura da peça, tem as assinaturas do diretor, de Miguel Falabella, de João Emanuel Carneiro
e de Mark Haskell Smith.
O largo parêntese entre a definição do projeto e sua concretização
Daniel atribui à dificuldade conjuntural para a produção cinematográfica no Brasil nesse período.
E segue pessimista. Diz que "a
lei do Audiovisual não ajudou nada". Afirma que sua burocracia é
infernal: "Num só dia fiquei três
horas assinando papéis. O que assinei, nem sei". E diz que o peso
do nome da Globo Filmes, do seu
próprio e o prestígio das atrizes
envolvidas não facilitaram em nada a captação de recursos.
A Globo Filmes divulga a cifra
de R$ 3 milhões como correspondente ao orçamento do filme. De
acordo com dados do Ministério
da Cultura, a Lereby Produções
obteve autorização para captar,
com benefício das leis de renúncia
fiscal, R$ 4.340.598,02 e conseguiu
efetivamente R$ 1.198.365,71.
"A Partilha" é a sétima produção da Globo Filmes. A empresa
estuda, em parceria com a Columbia, a produção de 12 telefilmes. "O Filho Predileto" será a
primeira experiência do projeto.
Constam ainda da sua lista de
filmes em pré-produção "Redentor", de Cláudio Torres, "Olga",
baseado no livro homônimo de
Fernando Morais e sem diretor
definido, "Muito Gelo e Dois Dedos de Água", o próximo longa de
Daniel Filho, "Caramuru", primeiro episódio da série televisiva
"A Invenção do Brasil" adaptada
para as telas por Guel Arraes, e
"Cazuza", projeto em definição.
Depois da estréia hoje no circuito comercial, "A Partilha" deverá
sair em vídeo doméstico em novembro. Sua exibição na TV ainda não tem data acertada.
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