DA REPORTAGEM LOCAL

Poupe seu tempo. O terrível assassino "misterioso" do ruim "O Dia do Terror" ("Valentine"), filme que estréia hoje no embalo do Dia dos Namorados, é na verdade o próprio cinema de terror teen americano.
"O Dia do Terror" devia ser declarado a última das produções hollywoodianas que tira sangue de rostos jovens bonitos e/ou egressos de seriados de TV, cuja mirabolante trama consiste em algum ser perturbado, com sede de vingança, que sai matando uma a uma suas vítimas até o final "revelador": o assassino é alguém de quem menos se espera, como bem ensinou a ótima série "Pânico".
"O Dia do Terror" começa na pré-adolescência de uma turma de colégio, num baile, em que um garoto magrelo e de óculos tenta tirar para dançar as garotas bonitas da festa, provocando risos nas meninas e brincadeiras malévolas nos meninos tiradores de sarro.
Corte rápido para a pós-adolescência, e a sangria vai começar. O ex-magrelo de óculos agora usa uma máscara de cupido e manda cartões de amor macabros antes de flechar mortalmente as princesas universitárias, solteiras e disponíveis, aquelas mesmas que o rejeitaram nos tempos de colégio.
Atuações medonhas (não no bom sentido do filme de terror) de Denise Richards ("007 - O Mundo Não É o Bastante"), David Boreanaz (o Angel de "Angel") e de uma porção de loiras iguais. Fórmula para lá de gasta. Sustos bobos.
Tudo acima é a somatória de sentimentos despertados por essa tentativa chocha e oportunista de faturar alguma bilheteria com essa xerox desbotada de hits de terror do passado recente, com alguma evocação de "Carrie, a Estranha".
Se alguém jurasse que "O Dia do Terror" veio para enterrar de vez a categoria, sua cotação subiria de "bola preta" para "duas estrelas", pelo serviço prestado.
(LÚCIO RIBEIRO)

O Dia do Terror
Valentine
 
Direção: Jamie Blanks
Produção: EUA, 2001
Com: David Boreanaz, Denise Richards
Quando: a partir de hoje nos cines Anália Franco, Belas Artes, Iguatemi, Lapa, Paulista, West Plaza e circuito