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Série
Ficção despe o terrorismo de clichês
RICARDO BONALUME NETO
DA REPORTAGEM LOCAL
Terrorismo e vandalismo estão na moda em todo o planeta,
no Congresso brasileiro ou nas
ruas de Paris, Dili ou Bagdá,
mas, no Ocidente, o normal hoje é automaticamente associá-lo a radicais islâmicos.
Fugindo do clichê, os dois
primeiros episódios da série
"Dupla Identidade"
("Spooks"), da BBC, envolvem
terror feito em casa. Não há nada mais estúpido do que matar
em nome da vida, mas é isso
que faz uma militante antiaborto. Americana, ela resolve
exportar o know-how de explodir médicos para a Inglaterra.
No segundo episódio, um racista extremado incita distúrbios com o objetivo demente de
tornar "branco" o Reino Unido.
Os heróis da série são os membros de um misto de polícia federal e agência de inteligência,
o MI-5. O protagonista vive o
dilema de se relacionar com a
namorada sem ter como revelar sua verdadeira profissão
-daí o título brasileiro.
A dublagem, como de praxe,
peca na hora de traduzir o jargão. Uma "safe house" é mesmo
uma "casa segura" -onde um
suspeito ou uma testemunha
podem ser protegidos ou vigiados-, e não uma "casa forte".
Mais curiosa ainda é a presença de um "Congresso" e de
"congressistas" em um país que
não os tem -lá se chama Parlamento. Deve ser o vício de traduzir séries americanas.
DUPLA IDENTIDADE
Quando: hoje, às 22h30
Onde: Cultura
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