São Paulo, quinta-feira, 08 de junho de 2006

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Série

Ficção despe o terrorismo de clichês

RICARDO BONALUME NETO
DA REPORTAGEM LOCAL

Terrorismo e vandalismo estão na moda em todo o planeta, no Congresso brasileiro ou nas ruas de Paris, Dili ou Bagdá, mas, no Ocidente, o normal hoje é automaticamente associá-lo a radicais islâmicos. Fugindo do clichê, os dois primeiros episódios da série "Dupla Identidade" ("Spooks"), da BBC, envolvem terror feito em casa. Não há nada mais estúpido do que matar em nome da vida, mas é isso que faz uma militante antiaborto. Americana, ela resolve exportar o know-how de explodir médicos para a Inglaterra. No segundo episódio, um racista extremado incita distúrbios com o objetivo demente de tornar "branco" o Reino Unido. Os heróis da série são os membros de um misto de polícia federal e agência de inteligência, o MI-5. O protagonista vive o dilema de se relacionar com a namorada sem ter como revelar sua verdadeira profissão -daí o título brasileiro. A dublagem, como de praxe, peca na hora de traduzir o jargão. Uma "safe house" é mesmo uma "casa segura" -onde um suspeito ou uma testemunha podem ser protegidos ou vigiados-, e não uma "casa forte". Mais curiosa ainda é a presença de um "Congresso" e de "congressistas" em um país que não os tem -lá se chama Parlamento. Deve ser o vício de traduzir séries americanas.


DUPLA IDENTIDADE
Quando: hoje, às 22h30 Onde: Cultura



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