São Paulo, quinta-feira, 08 de junho de 2006

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Fashion Rio traz moda com espetáculos

Grife Sommer armou passeio pela floresta da Tijuca; Salinas fez desfile com 700 figurantes fantasiados de índios

Grife de moda praia Blueman destacou o samba com 800 figurantes vestidos de preto e desfile de 45 minutos sob arcos da Lapa


NINA LEMOS
ENVIADA ESPECIAL AO RIO

Um clima de parque temático tomou conta do início do Fashion Rio, que começou anteontem. Os espetáculos criados pelas grifes disputaram atenção com as roupas. Até agora, os fashionistas já viajaram para os arcos da Lapa (centro do Rio), fizeram um "safári" por uma terra imaginária e mergulharam na época em que o Rio de Janeiro era habitado por índios.
A Sommer, que estreou no Fashion Rio, levou a idéia do parque temático a sério e organizou um passeio na floresta da Tijuca, do Solar da Imperatriz até a Vista Chinesa.
Para ver a coleção da estilista Thais Losso, inspirada no pintor Henri Rousseau, os convidados fizeram o percurso em jipes. No caminho, encontravam homens fantasiados, animais fantásticos e jardins idílicos -imagens da Sommerland, utopia imaginada pela estilista e pela diretora do desfile, a fotógrafa Mari Stockler.
A grife Salinas levou os convidados para a época em que os índios eram maioria no Rio de Janeiro. Setecentos figurantes pintados em tons de vermelho compuseram o cenário, enquanto as modelos desfilavam biquínis e maiôs com motivos tribais.
Na trilha, 100 percussionistas tocaram músicas indígenas misturadas com samba. "Uma coisa meio Unidos do Guarani", define um dos autores da trilha, o músico Domenico Lancelloti. O desfile terminou com um trecho de "O Guarani", de Carlos Gomes. "Minha idéia foi fazer um quadro vivo. Acho que esse desfile tem uma estética clean", afirma Alberto Renault, responsável pelo espetáculo da Salinas.
Na terça, o passeio foi para o Rio do samba. A grife de moda praia Blueman colocou 800 figurantes vestidos de preto na Lapa. Eles funcionavam como um painel vivo, carregando velas e levantando flores e espelhos, enquanto sambas de várias épocas soavam em gravações e ao vivo.
"Tentamos mostrar o samba de verdade, não só como uma ilustração", disse Bia Lessa, diretora do espetáculo. "Quebramos vários paradigmas, inclusive esse de que desfile de moda tem que durar 15 minutos. O nosso durou 45!"
Os figurantes, que trabalharam cerca de 12 horas, receberam R$ 30 de cachê para fazer o "parque funcionar".


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