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Fashion Rio traz moda com espetáculos
Grife Sommer armou passeio pela floresta da Tijuca; Salinas fez desfile com 700 figurantes fantasiados de índios
Grife de moda praia
Blueman destacou o samba
com 800 figurantes vestidos
de preto e desfile de 45
minutos sob arcos da Lapa
NINA LEMOS
ENVIADA ESPECIAL AO RIO
Um clima de parque temático tomou conta do início do
Fashion Rio, que começou anteontem. Os espetáculos criados pelas grifes disputaram
atenção com as roupas. Até
agora, os fashionistas já viajaram para os arcos da Lapa (centro do Rio), fizeram um "safári"
por uma terra imaginária e
mergulharam na época em que
o Rio de Janeiro era habitado
por índios.
A Sommer, que estreou no
Fashion Rio, levou a idéia do
parque temático a sério e organizou um passeio na floresta da
Tijuca, do Solar da Imperatriz
até a Vista Chinesa.
Para ver a coleção da estilista
Thais Losso, inspirada no pintor Henri Rousseau, os convidados fizeram o percurso em jipes. No caminho, encontravam
homens fantasiados, animais
fantásticos e jardins idílicos
-imagens da Sommerland,
utopia imaginada pela estilista
e pela diretora do desfile, a fotógrafa Mari Stockler.
A grife Salinas levou os convidados para a época em que os
índios eram maioria no Rio de
Janeiro. Setecentos figurantes
pintados em tons de vermelho
compuseram o cenário, enquanto as modelos desfilavam
biquínis e maiôs com motivos
tribais.
Na trilha, 100 percussionistas tocaram músicas indígenas
misturadas com samba. "Uma
coisa meio Unidos do Guarani",
define um dos autores da trilha,
o músico Domenico Lancelloti.
O desfile terminou com um trecho de "O Guarani", de Carlos
Gomes. "Minha idéia foi fazer
um quadro vivo. Acho que esse
desfile tem uma estética clean",
afirma Alberto Renault, responsável pelo espetáculo da Salinas.
Na terça, o passeio foi para o
Rio do samba. A grife de moda
praia Blueman colocou 800 figurantes vestidos de preto na
Lapa. Eles funcionavam como
um painel vivo, carregando velas e levantando flores e espelhos, enquanto sambas de várias épocas soavam em gravações e ao vivo.
"Tentamos mostrar o samba
de verdade, não só como uma
ilustração", disse Bia Lessa, diretora do espetáculo. "Quebramos vários paradigmas, inclusive esse de que desfile de moda
tem que durar 15 minutos. O
nosso durou 45!"
Os figurantes, que trabalharam cerca de 12 horas, receberam R$ 30 de cachê para fazer o
"parque funcionar".
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