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Rock rural é um estado de espírito, conta Guarabyra
DA REPORTAGEM LOCAL
Não basta apenas empunhar
uma viola ou vestir um chapéu
de vaqueiro. Rock rural é um
"estado de espírito", um conceito. Quem explica é um dos
inventores desse negócio, o
músico Guarabyra.
"Embora rock seja sinônimo
de um ritmo específico, a expressão rock rural é mais um
conceito. Uma valsa pode ser
chamada de rock rural, gravamos várias em nossos discos. É
a forma como se tratam alguns
temas, quase uma crônica. Damos nomes às paisagens, descrevemos personagens. Tudo
num espírito viajante."
O trio Sá, Rodrix & Guarabyra lançou só dois discos de estúdio, "Passado, Presente e Futuro" (1972) e "Terra" (73). Foi o
suficiente para motivarem a
criação de um termo específico
para as canções que faziam.
"Rock rural foi interessante
porque marcava as duas colunas nas quais nossa música se
apoiava: o rock, mais urbano,
da década de 50; e a música rural brasileira, do sertão, principalmente o xote, o baião e o coco", conta Zé Rodrix.
À época, Sá não reclamou do
termo. "É um rótulo que para
muitos dava a entender que fazíamos música sertaneja, o que
não é o caso. O que queríamos
era misturar a tecnologia que
vinha chegando ao país com os
dados culturais brasileiros."
Após "Terra", Rodrix deixou
o grupo. Sá & Guarabyra seguiu
colocando lenha no rock rural.
Nos anos 80, veio o sucesso comercial. A dupla emplacou três
canções na novela "Roque Santeiro": uma homônima, "Verdades e Mentiras" e "Dona", na
voz do Roupa Nova.
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