São Paulo, sexta-feira, 08 de junho de 2007

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CDs

Instrumental
Redemoinho
PAULO FREIRE
Gravadora:
Vai Ouvindo; Quanto: R$ 20, em média; Avaliação: bom
Variedade melódica e harmônica, amplo repertório de toques e ataques e uma plêiade de influências, abarcando improvisações jazzísticas e o tango de Astor Piazzolla: a viola caipira de Paulo Freire transcende os limites do regionalismo neste disco que tem a cara e a sintaxe da melhor música instrumental brasileira. No fim tem um "causo", recitado, para não perder o contato com a origem sertaneja.
POR QUE OUVIR: Paulo Freire não brilha sozinho; o músico distribuiu as melodias de suas composições próprias por solistas de qualidade, com destaque para Mané Silveira, na flauta e no sax alto, e Lara Ziggiati, no violoncelo. (IRINEU FRANCO PERPETUO)

Pop
Live in Concert 2006
BARBRA STREISAND
Gravadora:
Sony&BMG; Quanto: R$ 48, em média; Avaliação: regular
Artista feminina mais vendida da história, personagem da era dos grandes espetáculos americanos, cantora cheia de Grammys e atriz cheia de Oscars, Barbra Streisand pode parecer uma artista do passado. Se é verdade, ninguém avisou aos seus fãs: em 2006 ela fez sua primeira turnê em 12 anos pelos EUA e quebrou recordes de público em todos os lugares por onde passou -e este álbum duplo ao vivo que resultou da turnê já está entre mais vendidos do país. Cantando com orquestra músicas como "Funny Girl" e "Don't Rain on My Parade" e entre as faixas contando histórias de sua carreira, sua boa voz é acompanhada por arranjos elegantes. Mas, vale dizer, sem surpresas, tudo meio óbvio, com o velho grandioso clima de Broadway.
POR QUE OUVIR: Apesar de meio cafona e soporífero para o ouvinte ocasional, é puro ouro para quem é fã de Barbra ou de musicais e espetáculos americanos. (RONALDO EVANGELISTA)

Soul/rap
Luvanmusiq
MUSIQ SOULCHILD
Gravadora:
Warner; Quanto: R$ 35, em média; Avaliação: regular
Esse disco até que começa bem, com "b.u.d.d.y.", música com pegada soul e vocal entre o rap e o r&b, na qual o cantor norte-americano Taalib Johnson, o Musiq Soulchid, sintetiza com inspiração suas principais referências. Pena que ele não consegue transcender, e o álbum segue sem grandes emoções, com uma sucessão de letras sobre garotas, amores e outros temas melosos. Tudo é muito certinho e bem produzido, mas falta personalidade a Soulchild, que deixa clara sua vontade de ser um Stevie Wonder, sem, no entanto, ter a criatividade e o talento deste. Melhor seria se apostasse no rap, como em "Makeyouhappy", uma das mais legais do CD.
POR QUE OUVIR: o disco estreou no topo da Billboard, e o cara é considerado uma "sensação". Deve agradar aos fãs de r&b e rap comercial, e é um bom presente para o Dia dos Namorados. (ADRIANA FERREIRA SILVA)

MPB
Fortaleza
FAGNER
Gravadora:
Som Livre; Quanto: R$ 29,90 Avaliação: regular
O cantor cearense faz um retorno aos bons tempos do "Mucuripe", seu primeiro sucesso, gravado em 1971 por Elis Regina. As 12 faixas tentam uma espécie de acerto entre a fase regional dos primórdios de sua carreira com o período pop-brega dos anos 80. Tem forró, canção sertaneja e pop, mas o destaque são os poemas musicados, como "Rancho das Flores", com letra de Vinicius de Moraes sobre melodia de Bach, e "Maria Luiza", do folclorista Câmara Cascudo. O poeta Taiguara surge em "Maria do Futuro", e a conexão com o público mais jovem fica por conta da participação, fraca, de Jorge Vercilo, em "Fácil de Entender".
POR QUE OUVIR: Fora do eixo Bahia-Rio, Fagner ainda é voz dissonante na MPB. Suas polêmicas com Caetano, por exemplo, independentemente de quem tem razão, expõem complexidades regionais por vezes maquiadas pela indústria fonográfica. (SYLVIA COLOMBO)


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