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Musicais são os preferidos da minoria que vai ao teatro
DA REPORTAGEM LOCAL
A pesquisa Datafolha sobre o
consumo de bens culturais
mostra que 84% dos entrevistados em São Paulo não costumam ir ao teatro.
O percentual é praticamente
idêntico entre homens (85%) e
mulheres (83%), mas diminui à
medida que crescem escolaridade (de 94% entre aqueles
com ensino fundamental para
64% entre os que têm nível superior) e renda (de 87% entre
os que ganham até cinco salários mínimos para 64% entre os
que recebem mais de dez).
Ao responder à pergunta "a
que peças de teatro você assistiu nos últimos 12 meses?", 5%
das 598 pessoas ouvidas disseram não se lembrar, cerca de
8% citaram algum espetáculo e
3% deram outras respostas.
O diretor-secretário da Apetesp (Associação dos Produtores Teatrais do Estado de São
Paulo), Paulo Pélico, atribui os
números a uma série de fatores:
"Há desde o trânsito caótico
até a falência da educação: se a
pessoa não tem repertório, como vai consumir teatro? O empobrecimento da classe média,
base da clientela teatral, a violência urbana e a concorrência
de outras mídias contribuem".
Para ele, uma forma de atrair
público é "continuar subvencionando a produção e focar a
acessibilidade, subvencionando o ingresso".
Musicais
Aos entrevistados que disseram ir ao teatro indagou-se novamente que peças haviam visto nos 12 meses anteriores.
Nesse universo, 6% afirmaram
ter ido ao musical "O Fantasma
da Ópera" e 5%, à comédia
"Trair e Coçar É Só Começar".
O gênero musical reaparece
na terceira ("Miss Saigon")
e na sexta posições ("Os Produtores") na lista dos mais populares.
Para Pélico, o sucesso dos
musicais se deve ao "momento
de euforia" que o país vive, "depois de um período de sofrimento social que começou em
1964 e se estendeu até a década
de 90". "É natural que as pessoas se voltem ao alegre. Querem participar daquele mundo
meio Metro-Goldwyn-Mayer
[os estúdios MGM], e não da estética da fome."
(LUCAS NEVES)
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