São Paulo, domingo, 08 de junho de 2008

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Musicais são os preferidos da minoria que vai ao teatro

DA REPORTAGEM LOCAL

A pesquisa Datafolha sobre o consumo de bens culturais mostra que 84% dos entrevistados em São Paulo não costumam ir ao teatro.
O percentual é praticamente idêntico entre homens (85%) e mulheres (83%), mas diminui à medida que crescem escolaridade (de 94% entre aqueles com ensino fundamental para 64% entre os que têm nível superior) e renda (de 87% entre os que ganham até cinco salários mínimos para 64% entre os que recebem mais de dez).
Ao responder à pergunta "a que peças de teatro você assistiu nos últimos 12 meses?", 5% das 598 pessoas ouvidas disseram não se lembrar, cerca de 8% citaram algum espetáculo e 3% deram outras respostas.
O diretor-secretário da Apetesp (Associação dos Produtores Teatrais do Estado de São Paulo), Paulo Pélico, atribui os números a uma série de fatores:
"Há desde o trânsito caótico até a falência da educação: se a pessoa não tem repertório, como vai consumir teatro? O empobrecimento da classe média, base da clientela teatral, a violência urbana e a concorrência de outras mídias contribuem".
Para ele, uma forma de atrair público é "continuar subvencionando a produção e focar a acessibilidade, subvencionando o ingresso".

Musicais
Aos entrevistados que disseram ir ao teatro indagou-se novamente que peças haviam visto nos 12 meses anteriores. Nesse universo, 6% afirmaram ter ido ao musical "O Fantasma da Ópera" e 5%, à comédia "Trair e Coçar É Só Começar".
O gênero musical reaparece na terceira ("Miss Saigon") e na sexta posições ("Os Produtores") na lista dos mais populares.
Para Pélico, o sucesso dos musicais se deve ao "momento de euforia" que o país vive, "depois de um período de sofrimento social que começou em 1964 e se estendeu até a década de 90". "É natural que as pessoas se voltem ao alegre. Querem participar daquele mundo meio Metro-Goldwyn-Mayer [os estúdios MGM], e não da estética da fome." (LUCAS NEVES)


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