São Paulo, sexta-feira, 08 de julho de 2011

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros Última Moda VIVIAN WHITEMAN - ultima.moda@grupofolha.com.br Modas & modos LIVRO DE HISTORIADOR E JORNALISTA REMONTA TRAJETÓRIA DA INDUMENTÁRIA E DOS HÁBITOS DE VESTIR NO BRASIL Um mês depois de seu lançamento, o livro "História da Moda no Brasil: Das Influências às Autorreferências" (Pyxis Editorial; R$ 120) já é sucesso de vendas. O lote inicial, de cerca de 2.000 cópias, está esgotado na editora e uma nova tiragem, de 5.000 exemplares, é negociada junto à empresa que patrocinou o livro, viabilizado pela Lei Rouanet. A obra, de autoria do historiador João Braga e do jornalista Luís André do Prado, é resultado de um amplo garimpo de imagens, textos e entrevistas feito nos acervos de museus, bibliotecas, publicações e nas coleções de pessoas que guardam registros da moda produzida no país desde os tempos da belle époque (1889-1914). "O país não tem o costume de preservar sua memória, muito menos a do vestuário, que conta a evolução dos seus costumes. As referências estavam isoladas e descontextualizadas, assim, analisamos os registros e fizemos um recorte linear", explica João Braga. Na opinião dos autores, o livro joga luz sobre um tema ainda obscuro para estudantes e estilistas em atividade no país: as origens da identidade fashion brasileira. "Na graduação de moda, o interesse pela história é insuficiente. Todo mundo sabe que Lady Gaga desfilou para a grife francesa Mugler, por exemplo. Mas poucos querem saber se Roberta Close desfilou para a mesma marca nos anos 1990", diz Braga. Esse desinteresse, segundo Luís André do Prado, se reflete no distanciamento entre a moda exibida nas passarelas atuais e as transformações dos costumes brasileiros em relação ao vestir. "A indústria fashion, em sua maioria, continua a olhar para a moda europeia e renega a própria evolução de sua costura. O segmento precisa reconhecer o seu desenvolvimento e aproximá-lo da criação", diz o escritor. ENCONTRO Para aproximar passado e presente, os autores organizam, em parceria com André Hidalgo, idealizador do evento de desfiles Casa de Criadores, o Encontro de Gerações da Moda Brasileira. Marcado para agosto, no Museu da Língua Portuguesa, o evento deve reunir 200 estilistas de diferentes gerações para um debate aberto ao público. "Queremos que eles aprendam uns com os outros", explica Prado. FOLHA.com Veja fotos de um desfile de moda no metrô de Berlim folha.com.br/fg3491 Museu Paulista cria réplica de peça do séc. 19 O Museu Paulista da Universidade de São Paulo (o Museu do Ipiranga) acaba de concluir o Projeto Replicar, que consiste na reprodução fiel de um vestido que pertenceu à condessa do Pinhal, datado do fim do século 19. A condessa, uma das figuras mais emblemáticas da construção da cidade de São Carlos, no interior paulista, foi uma das mulheres mais elegantes de sua época. O projeto surgiu de um pedido feito ao museu pela família da condessa, que desejava expor o vestido na Casa do Pinhal- fazenda onde vivia a família e que hoje funciona como um ponto turístico e histórico de São Carlos. "Devido à fragilidade da peça, era impossível transferi-la. Assim, reunimos uma equipe de cientistas e profissionais da confecção para produzir a primeira réplica-documento do país", conta a coordenadora do projeto e responsável pelo setor de têxteis do museu, Teresa Cristina Toledo de Paula. Segundo Teresa, o trabalho de replicar peças de vestuário é comum na Europa e nos Estados Unidos, mas está apenas começando no Brasil. "É um processo que permite divulgar peças de acervo que não podem viajar por questões de conservação", diz. Nas próximas semanas será lançado um site, ainda sem endereço definido, no qual o público poderá visualizar as etapas da execução e características da réplica. ROTEIRO ESTILOSO Conheça cinco endereços-chave para pesquisar moda e indumentária em São Paulo: 1. MAB O Museu da Arte Brasileira da Fundação Armando Álvares Penteado possui o maior acervo das obras do escritor Flávio de Carvalho, pesquisador de moda. R. Alagoas, 903. Ter. a sex.: 10h às 20h. Sáb., dom. e feriados: 13h às 17h. Grátis. 2. MASP Possui uma coleção de roupas da década de 1960, assinada por costureiros como Dener Pamplona. Av. Paulista, 1.578. Ter. a dom.: 11h às 18h. Qui.: 11h às 20h. Consulta do acervo técnico somente com agendamento, no tel. 3283-2585. 3. CEMIS O acervo multimídia do Centro de Memória e Informação do Museu da Imagem e do Som é referência na pesquisa de indumentária. Av. Europa, 158. Ter. a sáb.: 12h às 19h. Dom. e feriados: 14h às 18h. Grátis. 4. MODATECA SENAC Vasto acervo de livros, coleções de chapéus e roupas de estilistas nacionais e internacionais. R. Faustolo, 1.347. Modateca: seg.asex.: 8h às 21h. Sáb.: 8h às 15h. Grátis. 5. MUSEU PAULISTA Possui um setor de têxteis e vestuário, com visitas agendadas (tel. 2065-8033). Pq. da Independência, s/ nº. Ter. a sex.: 9h às 16h30. CIRCO SEM GRAÇA O desfile da grife Dior na Semana de Alta-Costura de Paris, que terminou ontem, foi duramente atacado pela crítica especializada. Definida como desconexa e sem charme, a coleção foi assinada pelo chefe do estúdio da grife, que assumiu o posto enquanto a marca escolhe um substituto para o estilista John Galliano, demitido no início do ano. Na rede A segunda parte do projeto História da Moda no Brasil, da Pyxis Editorial, será a construção do Museu Virtual da Moda Brasileira. O material registrado no livro (mais de 120 horas de entrevistas, cerca de 700 imagens digitalizadas etc) estará disponível na internet. A data de lançamento não foi definida. No museu Estreia em maio de 2012 a exposição "O Morar Paulistano, 1870 Até Nossos Dias". A mostra acontecerá no Museu Paulista da USP (Museu do Ipiranga) e reunirá, além de fotografias e mobiliário de diferentes épocas, roupas e acessórios que contam a relação entre a moda e o espaço doméstico em São Paulo TUITADAS @IHTLuxury Suzy Menkes: "Galliano’s finesse & exquisite lightness has blown away like confetti in the wind at #Dior" http://nyti.ms/ilADLL #couture (Suzy Menkes: "A sutileza & leveza requintadas de Galliano têm sido jogadas ao vento como confetes na #Dior") A editora de moda Suzy Menkes, do "International Herald Tribune" comenta o desfile da Dior na Semana da Alta-Costura com PEDRO DINIZ Texto Anterior: Hamilton de Holanda e Roberta Sá destacam-se em premiação Próximo Texto: Cinema - Crítica/Documentário: Filme resgata a ainda obscura arte de Itamar Assumpção Índice | Comunicar Erros

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