São Paulo, sexta-feira, 08 de julho de 2011

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CRÍTICA TEATRO

Diretor fala apenas a seus iguais em "Trilhas Sonoras de Amor Perdidas"

THALES DE MENEZES
DE SÃO PAULO

A ligação de Felipe Hirsch e sua Sutil Companhia com a música pop chega a um ponto extremo na peça "Trilhas Sonoras de Amor Perdidas".
O personagem central é um homem que vive em função de música pop: ganha dinheiro escrevendo sobre o assunto e, acima de tudo, pontua sua existência pelas canções que ama.
É esse sujeito que a peça flagra relembrando seu casamento com a garota Soninho (o texto irá explicar o apelido), com quem foi casado de 1989 a 1994. Ela ressurge no palco para recontar com ele momentos do romance.
Tudo, absolutamente tudo que ele recorda tem relação com música. Os dois passeiam pelo cenário de sofás, toca-discos e caixas e pilhas de LPs e fitas cassete.
Assim, cada lembrança vale trechos de uma ou mais canções. É de perder a conta, talvez mais de uma centena em três horas de encenação.
O texto é bem engraçado, e Guilherme Weber e Natália Lage estão ótimos, em entrega total a seus personagens. Só a dupla já vale o ingresso.
Falta falar, então, o principal motivo pelo qual a peça não pode ser recomendada livremente aos amigos.
Não é a longa duração, embora um tanto dos 180 minutos de peça pudesse ser cortado sem traumas.
A citação contínua de artistas, álbuns e canções ultrapassa o suportável. São nomes só familiares a quem acompanha vorazmente o rock e o pop. Ou seja, nerds musicais como ele.
Quando o personagem celebra "Sempre teremos Kevin Rowland e Dexys Midnight Runners!", isso não diz nada à maioria da plateia.
Hirsch continua fazendo ótimo teatro, mas desta vez fez para bem poucos.

TRILHAS SONORAS DE AMOR PERDIDAS

QUANDO sábados, às 20h, e domingos, às 18h; até 31/7
ONDE Sesc Belenzinho (r. Pe. Adelino, 1.000; tel. 0/xx/11/ 2076-9700)
QUANTO de R$ 6 a R$ 24
AVALIAÇÃO bom


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