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Crítica/"Orloff Five"
Com "velho rock", Melvins faz show intenso em São Paulo
Atração do Orloff Five, banda se apresentou em noite com Plastiscines e Hives
THIAGO NEY
DA REPORTAGEM LOCAL
Três gerações se encontraram anteontem à
noite no Via Funchal,
em São Paulo. O velho, o novo e
o novíssimo rock.
Quem ganhou? Bem, o novíssimo rock foi o que menos deixou saudade.
Melvins, Plastiscines e The
Hives foram as três atrações
principais do Orloff Five, evento que inaugurou a "temporada
de festivais" do segundo semestre, que terá como sede a capital paulista. Além desses grupos, se apresentaram o DJ norte-americano Tittsworth (que
tocou entre as bandas) e o grupo cuiabano Vanguart.
Eles não têm hits, não são bonitos (pelo contrário...), e fazem músicas que não possuem
apelo pop. Mas o quarteto Melvins fez um dos shows mais intensos que o público paulistano
presenciou nos últimos anos.
A principal credencial do
Melvins: foram das mais importantes influências do Nirvana e de 90% das bandas grunge
-esse era o representante do
"velho rock".
O que fazem é uma mistura
de heavy metal e punk. Rock
pesado, mas lento, denso.
No palco, além da guitarra e
do baixo, tocam com dois bateristas, o que aumenta a potência sonora do grupo. O termo
"massa sonora" virou clichê
após ter sido utilizado à exaustão para descrever bandas como o Melvins. Não há muita sutileza: riffs atrás de riffs são
despejados, animando o público que chega a ensaiar as tradicionais rodas e a dança se transforma em empurra-empurra.
Trajando uma enorme bata
escura, Buzz Osborne, vocalista
e guitarrista ostentava sua tradicional cabeleira enrolada,
lembrando o comediante
Curly, dos Três Patetas.
Plastiscines
Após o Melvins, a entrada das
Plastiscines foi um choque.
Quatro garotas bonitas, extremamente bem vestidas, de visual sexy, colorido.
Com apenas um disco lançado, elas costumam afirmar em
entrevistas que uma das principais influências do grupo são os
ingleses Libertines. Ou seja:
têm como referência uma bandas que lançou dois discos entre 2002 e 2004...
As Plastiscines soam como
uma mistura entre B-52's e
Blondie. É rock sem compromisso, descartável, com alguns
refrões gritados. Pulam, fazem
caretas e simulam beijo na boca, mas, apesar do esforço, não
arrancam mais do que esparsos
aplausos da platéia.
Hives
Era quase 23h quando o Via
Funchal recebeu o maior número de público da noite
(3.500 pessoas, segundo os organizadores; o local tem capacidade para 6.000 pessoas).
A maioria do público estava
ali pelo Hives, quinteto sueco
que explodiu em 2001, junto
com Strokes e White Stripes,
porém nos últimos anos não alcançou o mesmo sucesso.
Mas, no palco, a banda mostrou-se afiada, tão relevante
quanto há sete anos. Escancararam as referências de garage
rock (principalmente Stooges),
com uma energia e postura de
palco que atestam como aquela
era uma banda segura e consolidada. Não deixaram de fora
hits como "Main Offender" e,
no bis, "Hate To Say I Told You
So". Saíram sob os gritos de
"Olê, olê, olê, Hives, Hives".
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