São Paulo, segunda-feira, 08 de setembro de 2008

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Crítica/"Orloff Five"

Com "velho rock", Melvins faz show intenso em São Paulo

Atração do Orloff Five, banda se apresentou em noite com Plastiscines e Hives

THIAGO NEY
DA REPORTAGEM LOCAL

Três gerações se encontraram anteontem à noite no Via Funchal, em São Paulo. O velho, o novo e o novíssimo rock.
Quem ganhou? Bem, o novíssimo rock foi o que menos deixou saudade.
Melvins, Plastiscines e The Hives foram as três atrações principais do Orloff Five, evento que inaugurou a "temporada de festivais" do segundo semestre, que terá como sede a capital paulista. Além desses grupos, se apresentaram o DJ norte-americano Tittsworth (que tocou entre as bandas) e o grupo cuiabano Vanguart.
Eles não têm hits, não são bonitos (pelo contrário...), e fazem músicas que não possuem apelo pop. Mas o quarteto Melvins fez um dos shows mais intensos que o público paulistano presenciou nos últimos anos.
A principal credencial do Melvins: foram das mais importantes influências do Nirvana e de 90% das bandas grunge -esse era o representante do "velho rock".
O que fazem é uma mistura de heavy metal e punk. Rock pesado, mas lento, denso.
No palco, além da guitarra e do baixo, tocam com dois bateristas, o que aumenta a potência sonora do grupo. O termo "massa sonora" virou clichê após ter sido utilizado à exaustão para descrever bandas como o Melvins. Não há muita sutileza: riffs atrás de riffs são despejados, animando o público que chega a ensaiar as tradicionais rodas e a dança se transforma em empurra-empurra.
Trajando uma enorme bata escura, Buzz Osborne, vocalista e guitarrista ostentava sua tradicional cabeleira enrolada, lembrando o comediante Curly, dos Três Patetas.

Plastiscines
Após o Melvins, a entrada das Plastiscines foi um choque. Quatro garotas bonitas, extremamente bem vestidas, de visual sexy, colorido.
Com apenas um disco lançado, elas costumam afirmar em entrevistas que uma das principais influências do grupo são os ingleses Libertines. Ou seja: têm como referência uma bandas que lançou dois discos entre 2002 e 2004...
As Plastiscines soam como uma mistura entre B-52's e Blondie. É rock sem compromisso, descartável, com alguns refrões gritados. Pulam, fazem caretas e simulam beijo na boca, mas, apesar do esforço, não arrancam mais do que esparsos aplausos da platéia.

Hives
Era quase 23h quando o Via Funchal recebeu o maior número de público da noite (3.500 pessoas, segundo os organizadores; o local tem capacidade para 6.000 pessoas).
A maioria do público estava ali pelo Hives, quinteto sueco que explodiu em 2001, junto com Strokes e White Stripes, porém nos últimos anos não alcançou o mesmo sucesso.
Mas, no palco, a banda mostrou-se afiada, tão relevante quanto há sete anos. Escancararam as referências de garage rock (principalmente Stooges), com uma energia e postura de palco que atestam como aquela era uma banda segura e consolidada. Não deixaram de fora hits como "Main Offender" e, no bis, "Hate To Say I Told You So". Saíram sob os gritos de "Olê, olê, olê, Hives, Hives".

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