São Paulo, segunda-feira, 08 de setembro de 2008

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Crítica

Shangai Lily é tão mitológica quanto Gilda

INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA

A publicidade da época dizia que "nunca houve uma mulher como Gilda". Possível, mas não certo. Por exemplo: a Marlene Dietrich de "O Expresso de Shangai" é construída de maneira tão mitológica quanto a de "Gilda" (TCM, 23h50, classificação indicativa não informada).
São duas mulheres cheias de ambigüidade, mas diferentes entre si. Marlene, ou Shangai Lily, abre-se ao exotismo (sim, a China era exótica naquele tempo) e ao mistério dos anos 1930, anos da Depressão.
Já a Gilda de Rita Hayworth abre-se à modernidade, no filme de Charles Vidor, ao pós-Segunda Guerra latino-americano (na Argentina). São ambas animadas por paixões vorazes e secretas. São ambas fatais: consomem-se e consomem os homens que as amam.
Ambas têm tiradas cortantes. A mais memorável de Gilda talvez aconteça no momento em que é apresentada a Johnny (Glenn Ford), seu antigo amor: "Johnny! Um nome difícil de lembrar e fácil de esquecer." Gilda, mulher fatal e sábia.


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