São Paulo, quinta-feira, 08 de setembro de 2011

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CRÍTICA TV

No Prêmio Multishow, ganha quem tiver o maior fã-clube

MARCUS PRETO
DE SÃO PAULO

Por que tudo tem que ser tão, digamos, engraçadinho?
Na entrega do Prêmio Multishow, que foi ao ar anteontem no respectivo canal, a música era o de menos.
O que de fato estava no foco da premiação eram as piadinhas, todas muito chochas, da turma de apresentadores encabeçada pelo mestre de cerimônias Bruno Mazzeo.
Tudo adornado por uma tentativa de reproduzir o visual do "Casino do Chacrinha" e "Show de Calouros".
Talvez fossem truques para desviar a atenção do espectador, que não aguenta mais ver, em qualquer prêmio "votado pelo público", o sobe e desce de NXZeros e Restarts pescando troféus no palco.
O "público", nesse caso, são fãs alucinados de duas ou três bandas que passam o dia inteiro na internet votando. Ganha quem tiver a maior tietagem, não a melhor música.
E, graças a essa "falha do sistema", conseguem emplacar a semianônima cantora carioca Monique Kessous como revelação popular.
Tudo bem que, agora, o prêmio tem seu lado B: um "júri especializado", que possibilitou que o cerco das tietes fosse quebrado por gente de fato relevante, como Marcelo Camelo, Tulipa Ruiz, Marcelo Jeneci e Criolo.
Mas isso ainda é muito tímido. Não dá conta de aliviar a presença maçante dos artistas que botam seus fãs para trabalhar na boca de urna. Quem sai perdendo não é só a música. Perde o programa de TV. E quem o vê.
E a premiação só não foi péssima pelo encontro musical entre Odair José, Pitty e a banda Cidadão Instigado. Ali, sim, havia quebra de paradigmas estéticos e artísticos.
Mas, em meio a tanto lixo visual e sonoro, quem conseguiu prestar atenção neles?

PRÊMIO MULTISHOW
AVALIAÇÃO ruim


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