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Diretor diz que fazer cinema não é importante
do enviado a Veneza
Quarenta e um anos, 15 filmes,
mais de uma dezena de livros, três
filhos, um dos quais já cineasta
(Samira, de "A Maçã", lançado em
Cannes-98). O iraniano Mohsen
Makhmalbaf de fato não pára.
O diretor de "Salve o Cinema"
concorre em Veneza-98 com "O
Silêncio". Falando em persa,
Makhmalbaf colheu ontem vigorosos aplausos durante a entrevista coletiva no Hotel Excelsior.
(AL)
Pergunta - Como o senhor situa
"O Silêncio" em sua obra?
Mohsen Makhmalbaf - Acho que
forma um díptico com "Gabbeh".
Ambos são filmes sobre a relação
do artista com seu ambiente. Lá, a
tapeceira, aqui, o músico. Gosto de
falar dos desafios para o artista
criar a partir das dificuldades.
Pergunta - O senhor teve problemas com a censura iraniana?
Makhmalbaf - A situação melhorou um pouco, mas a censura ideológica prossegue. A cena da dança
da menina foi censurada no Irã.
Pergunta - Qual mensagem quis
enviar para os iranianos?
Makhmalbaf - Acho que a época
do cinema de mensagem passou...
Pergunta - Como o senhor explica sua alta produtividade?
Makhmalbaf - Fazer cinema não
é tão importante. O padeiro faz
pão todos os dias, eu faço filmes.
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