São Paulo, terça, 8 de setembro de 1998

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Diretor diz que fazer cinema não é importante

do enviado a Veneza

Quarenta e um anos, 15 filmes, mais de uma dezena de livros, três filhos, um dos quais já cineasta (Samira, de "A Maçã", lançado em Cannes-98). O iraniano Mohsen Makhmalbaf de fato não pára.
O diretor de "Salve o Cinema" concorre em Veneza-98 com "O Silêncio". Falando em persa, Makhmalbaf colheu ontem vigorosos aplausos durante a entrevista coletiva no Hotel Excelsior. (AL)

Pergunta - Como o senhor situa "O Silêncio" em sua obra?
Mohsen Makhmalbaf -
Acho que forma um díptico com "Gabbeh". Ambos são filmes sobre a relação do artista com seu ambiente. Lá, a tapeceira, aqui, o músico. Gosto de falar dos desafios para o artista criar a partir das dificuldades.
Pergunta - O senhor teve problemas com a censura iraniana?
Makhmalbaf -
A situação melhorou um pouco, mas a censura ideológica prossegue. A cena da dança da menina foi censurada no Irã.
Pergunta - Qual mensagem quis enviar para os iranianos?
Makhmalbaf -
Acho que a época do cinema de mensagem passou...
Pergunta - Como o senhor explica sua alta produtividade?
Makhmalbaf -
Fazer cinema não é tão importante. O padeiro faz pão todos os dias, eu faço filmes.



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