São Paulo, terça-feira, 08 de outubro de 2002

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Tykwer mostra "Paraíso" de Kieslowski

DO ENVIADO AO RIO

Inspirado pelo clima e pelas belezas naturais do Rio de Janeiro, o cineasta alemão Tom Tykwer, 37, já tomou sua decisão: quer sair de férias por um ano. "Acho que preciso. Fiz quatro filmes em cinco anos e, se não colocar algo dentro da cabeça, não dá mais para tirar nada. Você fica vazio. Eu preciso encher o tanque", afirmou o cineasta em entrevista à Folha.
Para encher o tanque, o diretor do cultuado filme "Corra, Lola, Corra" está curtindo a rota turística básica da cidade: no domingo, foi ao Corcovado ("ao Jesus", conforme disse) e tirou 20 fotos com sua câmera digital. No sábado, correu para o Maracanã.
"Fui ver o São Paulo ganhar do Flamengo. Para um fã de futebol como eu, já teria valido a pena vir para cá só para ver o Maracanã. Que coisa sensacional. E o jogo foi dramático, com cinco gols, três a dois para o São Paulo. A torcida carioca ficou bem brava."
Tykwer está no país para promover a exibição de seu último longa, "Paraíso", no Festival do Rio BR 2002. O filme faz parte da trilogia "Paraíso"/"Purgatório"/ "Inferno", escrita pelo cineasta polonês Krzysztof Kieslowski pouco antes de morrer, em 1996.
Kieslowski, conhecido por outra trilogia ("A Liberdade É Azul", "A Igualdade É Branca" e "A Fraternidade É Vermelha"), havia dado indicações de que gostaria de ver os filmes dirigidos por três jovens diretores. "Mas existia a possibilidade de que, se não morresse, Kieslowski acabasse dirigindo os três", afirma Tykwer, que nunca teve o polonês como um de seus ídolos do cinema.
"Meus heróis sempre foram Hitchcock, Cassavetes, Scorsese, Truffaut, Fellini. Mesmo assim, foi assustador receber da Miramax um roteiro de Kieslowski, de quem vi todos os filmes e que admiro muito. Mas, quando li, esqueci que era dele. Sabia muito bem o que fazer com aquilo."
O filme, com Cate Blanchett e Giovanni Ribisi, se passa em Turim e é falado em italiano e inglês. Blanchett é a viúva que coloca uma bomba para explodir o traficante que matou seu marido. Acaba matando quatro inocentes e é presa. Ribisi é o policial que se apaixona por ela e a ajuda a fugir.
"O paraíso não é uma ilha legal onde a gente se diverte e bebe uns drinques", afirma. "É mais uma idéia de deixar a realidade para trás. Como no filme." (IF)


PARAÍSO - Heaven. Direção: Tom Tykwer. Itália/Alemanha/Inglaterra, 2001. Quando: hoje, às 21h, no Estação Icaraí; e quinta, às 14h e às 19h, no Estação Ipanema 1.


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