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DOCUMENTÁRIO
GNT diminui co-produções locais
ANNA LEE
FREE-LANCE PARA A FOLHA
Basta observar a grade do GNT
para constatar que, hoje, esse canal quase não investe em co-produção de documentários nacionais -um de seus propósitos
quando lançado em 91. Para ter
idéia, "O Vício da Liberdade - A
Trajetória de Evandro Lins e Silva" será a primeira e a única co-produção que fará neste ano.
"Produção de documentários
requer muito investimento para
um retorno pontual", diz Letícia
Muhana, diretora-geral do canal.
Com isso, ela quer dizer que em
um documentário se coloca dinheiro razoável -cerca de R$ 300
mil- e se aproveita muito pouco
o produto. "Exibimos uma vez
inédito, fazemos algumas reprises
e pronto. Enquanto um programa
de linha, como o "Saia Justa", cria
hábito no público."
Então, trata-se de mudança de
estratégia? "Pretendemos investir
mais em programas de linha, mas
isso não é uma mudança repentina. Com "Saia Justa", em abril, tivemos certeza de que fizemos a
opção certa. Mas isso não significa que vamos deixar de investir
em co-produções."
A falta de dinheiro no mercado
não interferiu nessa decisão? "O
Ministério da Cultura não está
aprovando projetos, mas o problema não é dinheiro", afirma.
Em suas co-produções, o GNT
entra com parte do orçamento e a
produtora independente, parceira, capta o restante do dinheiro
com empresas que se beneficiam
de leis de incentivos fiscais.
Uma conta rápida mostra que
um programa de linha é mais viável. Segundo Muhana, uma produção de meia hora custa cerca de
R$ 13 mil por episódio e R$ 20 mil,
se tiver uma hora. "Diário do Olivier", que terá 30 episódios de
meia hora, sairá por R$ 390 mil.
"O Vício da Liberdade", realizado em parceria com a A.R. Produções, relata a biografia do jurista
Evandro Lins e Silva, 88, e terá um
trecho exibido no Brasil Documenta Fórum Internacional de
Documentários, que acontece no
Rio de Janeiro, de 4 a 8 de novembro. Depois, será exibido no GNT,
no final de novembro, em dois
episódios de meia hora.
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