Projeto infantil também se lança em versão instrumental por Jonas Tatit

Show no Credicard Hall, no próximo domingo, mistura sucessos de 14 anos de carreira com novidades e reproduz quarto de criança

LÚCIA VALENTIM RODRIGUES
DA REPORTAGEM LOCAL

O excesso de energia das crianças contaminou o ano de 2008 do Palavra Cantada, grupo infantil formado por Sandra Peres e Paulo Tatit.
Após "Carnaval", lançado no começo do ano, que ressaltava as marchinhas, a dupla põe nas lojas outros dois discos: "Canciones Curiosas" e "Palavra Cantada Tocada". "Foi uma coincidência", conta Tatit. "São projetos antigos, que ficaram prontos ao mesmo tempo." Inspirado por um encontro latino-americano de grupos infantis, "Canciones Curiosas" marca uma fase mais internacional na carreira deles, com o primeiro disco em espanhol.
Foram dois anos e meio para finalizar o CD, com a dificuldade de eleger apenas 15 músicas entre os 14 anos de sucessos.
"Escolhemos as mais conhecidas e que, na versão, dariam bom resultado. Não colocamos músicas folclóricas nem de lendas, porque seriam de difícil compreensão para os falantes de espanhol", explica Sandra.
Não é uma simples tradução -nem isso faria sentido. Com a ajuda de Luis Pescetti e Gustavo Kurlat, as letras foram trocadas para manter a sonoridade e inserir o cotidiano latino.
Um bom exemplo é a melhor música da coletânea, "Ratón", que faz um bem-sucedido jogo de palavras que só funciona em espanhol ("mi ratón, mi ratoncito, es mejor que esperes un ratito para darme el anillito").
O disco começa bem animado com "La Sopa" e a politicamente correta "Los Chicos No Trabajan". Segue um pouco melancólico com "Cumpleaños" e "Ballet". Depois engata de novo com o jogral de "La Bola" e a ironia fina de "Me Va a Nacer un Hermanito", em versão acompanhada do original.

Palavra sem cantar
Já "Palavra Cantada Tocada", estréia também em instrumental, tem todos os arranjos adaptados por Jonas Tatit, sobrinho de Paulo. "Foi ficando pronto aos poucos", conta Paulo. "Ele gravava quatro músicas por vez, então demorou e acabou levando um ano e meio."
O álbum resulta em algo pouco óbvio, valorizando os ritmos.
"É só violão e bateria, não tem contrabaixo. Assim fica mais nítida a batida por trás das músicas", conta. "Os pais reclamam que as crianças querem ouvir muitas vezes a mesma coisa. Então serve como opção de escuta mais aprofundada."
No próximo domingo, a dupla promete dar uma palhinha das novidades, em show em homenagem ao Dia das Crianças.
Também vão apresentar pelo menos uma música de cada um dos 12 discos da banda.
O cenário e a iluminação vão simular um quarto de criança, para criar um ambiente mais intimista no meio dos quase 4.000 lugares do Credicard Hall (SP). E vai lotar.