São Paulo, sábado, 08 de outubro de 2011

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PAINEL DAS LETRAS

JOSÉLIA AGUIAR joselia.aguiar@grupofolha.com.br

É isto um livro?

"O Grande Gatsby" (leia crítica na pág. E6) não é só um dos grandes clássicos americanos. É agora um game que, depois de fazer sucesso na internet, será estudo de caso na semana que vem, quando começar a Feira do Livro de Frankfurt, a maior do mundo. A adaptação da obra de F. Scott Fitzgerald foi lançada neste ano por Peter Smith, editor da revista on-line de cultura pop nerve.com, e Charlie Hoey, desenvolvedor para web. Smith e Hoey argumentam que o game torna o livro de Fitzgerald mais conhecido; o escolheram, porém, porque o título já é popular nos EUA. É desses que se leem no tempo de escola.

// A tal da "gameficação"

Fazer games a partir de clássicos ajuda a formar leitores? Sim, diz Gabe Zichermann, autor de blog e livros sobre o tema que também vai falar em Frankfurt.
Zichermann argumenta: hoje, quando querem se divertir, crianças e adolescentes nos EUA escolhem os games, e não filmes, música e livros.
Não só livros de ficção podem virar games, explica Zichermann, que defende a "gameficação" de obras de várias áreas. Leitores e formadores de leitores, se preparem: o debate acabou de começar.

// Depois da primavera

Dizia-se que a Primavera Árabe ia fazer Adonis levar o Nobel de Literatura desta vez. Líder nas casas de apostas nas últimas semanas -depois, Bob Dylan o ultrapassou-, o poeta sírio é favorito há vários anos, assim como o vencedor anunciado na quinta, o sueco Tomas Tranströmer.
Não será consolo para Adonis, mas ao menos uma edição no Brasil de sua obra já está a caminho, quando ainda não se tem notícia de título do novo Nobel sueco por aqui.
Cerca de cem poemas foram traduzidos diretamente do árabe por Michel Sleiman, da USP, que há oito anos se dedica à tarefa.
Depois de procurar editora por muito tempo, o tradutor enfim acertou com uma. Ainda não há previsão de lançamento.

// A experiência de editar

A ideia não é apenas publicar o próprio livro. A canadense BookRiff (http://www.bookriff.com), que estreou em fase beta, quer que o leitor construa o volume ao escolher numa infinidade de conteúdos -de capítulos de livros a receitas, de dicas de viagens a fotos e ilustrações.
Esse acervo é oferecido por algumas dezenas de editoras tradicionais com que BookRiff já fez parceria.
Com outras dezenas continua a negociar. "Editoras se concentram em oferecer conteúdo. Nós oferecemos a experiência de escolher o conteúdo", diz Rochelle Grayson, que dirige a empresa.

// Meu primeiro guia

Demorou, alguém dirá. A "Lonely Planet", no mercado de guias de viagem desde 1973, lança agora uma série voltada apenas para o público infantojuvenil. "The Not-For-Parents Travel Book", com 200 países, inicia a série. Outros quatro guias estão na nova fornada: Nova York, Roma, Londres e Paris.

FliPelô É o nome da festa literária que Myriam Fraga, poeta que há 25 anos dirige a Fundação Casa de Jorge Amado, espera realizar em Salvador -talvez já em 2012, centenário do autor baiano.

Merendas O último sábado de cada mês reúne no largo do Pelourinho vendedores ambulantes que servem as "merendas de Dona Flor". "Criamos essa data para reanimar o bairro", diz Myriam Fraga, que lança no dia 27 "Poesia e Memória", com ensaios críticos sobre sua obra, pela Edufba.

Catálogos Da série de títulos relacionados a Jorge Amado que saem até o ano que vem, já está no prelo o primeiro dos catálogos do acervo de 27 mil negativos. "A Casa do Rio Vermelho - A Família" sai até novembro. O segundo e o terceiro volumes vão reunir imagens de amigos e dos anos de exílio.



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