São Paulo, quarta-feira, 08 de novembro de 2006

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Livro relata aprendizado na Polônia

DA REPORTAGEM LOCAL

Em sua formação autodidata, Eugenio Barba qualifica como decisivos os três anos que conviveu diretamente com o polonês Jerzy Grotowski (1933-99), então à frente do grupo Teatro 13 Rzedów na cidade polonesa de Opole, entre 1962 e 1964.
A amizade entre o autor de "Em Busca de um Teatro Pobre" (1968) e do conceito-chave de teatro-laboratório (em que se pesquisa sem necessariamente trazer o resultado a público) e o co-fundador do Odin Teatret está retratada no livro "A Terra de Cinzas e Diamantes - Minha Aprendizagem na Polônia" (1998), que acaba de sair pela coleção Estudos, da editora Perspectiva.
Na primeira parte, Barba discorre sobre a mudança da Itália para a Polônia, onde foi estudar direção naqueles anos que se revelaram cruciais para o teatro. Fora atraído para a Polônia socialista pelo filme "Cinzas e Diamantes", de Andrzej Wajda, a que assistira em 1959.
"Foi um soco no estômago", escreve o autor. "Na tela, passavam as imagens de uma guerra civil, de uma paixão desesperada, do sentido da honra e do desprezo pela vida, de uma ternura pela loucura e pela fraqueza dos seres humanos humanos triturados pela ferocidade da história."
Barba traz à luz a história subterrânea dos artistas de teatro daquela época na mesma medida em que revê o seu próprio estreitamento com essa arte. Na segunda parte, o livro exibe 26 correspondências de Grotowski para Barba. (VS)

A TERRA DE CINZAS E DIAMANTES
Autor:
Eugenio Barba
Tradução: Patrícia Furtado de Mendonça
Editora: Perspectiva
Quanto: R$ 43 (201 págs.)


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