São Paulo, terça-feira, 08 de novembro de 2011

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Estúdios intensificam campanha antipirataria

Executivo da Motion Picture vem ao Brasil pedir mais atenção à questão

Americano Mike Robinson diz que acompanha discussões do MinC em torno da Lei do Direito Autoral

GABRIELA LONGMAN
DE SÃO PAULO

Ele já foi diretor da Polícia do Estado de Michigan, atuou na integração de sistemas de informação para o Departamento Federal de Justiça americano e coordenou a evacuação da área de Nova Orleans após a passagem do furacão Katrina.
Hoje, o americano Mike Robinson trabalha nas ações de proteção de conteúdo da Motion Picture Association, entidade que representa os seis principais estúdios de cinema dos Estados Unidos: Disney, Paramount, Sony, Fox, Universal e Warner.
Em visita ao Brasil no final do mês passado, ele participou de um fórum na cidade de Foz do Iguaçu com o ministro da Justiça, José Eduardo Cardoso, e cerca de 60 juízes. O motivo? Pedir mais atenção no combate à pirataria e aos downloads ilegais.
"Meu intuito foi levar os juízes a entender o significado da propriedade intelectual e sua importância", disse, em entrevista exclusiva à Folha. "É uma questão que precisa ser enfocada tanto do ponto de vista cultural quanto do ponto de vista judicial."
A visita de Robinson acontece no momento em que a reforma da Lei do Direito Autoral está em plena discussão no Grupo Interministerial de Propriedade Intelectual.
Segundo ele, é preciso encontrar um meio de aumentar o acesso a conteúdos e, ao mesmo tempo, fazer com que os detentores dos direitos recebam compensações.
"Os artistas que estão criando filmes, programas ou qualquer outro entretenimento querem que o material seja exposto, difundido. Mas precisam receber por isso. Se você não proteger o conteúdo, daqui a pouco não haverá conteúdo", sugeriu.
A questão é que os estúdios, as gravadoras musicais e o sistema judicial ainda não se adaptaram a um mundo em que meios e formatos de distribuição mudam constantemente.
Segundo ele, o Brasil ainda tem um mercado forte de DVDs piratas -ele visitou, inclusive, as zonas de comércio da rua 25 de Março-, mas sua maior preocupação, tanto aqui como em outros países, é com o trânsito livre de conteúdo pela internet. Como conciliar a legislação estabelecida por cada país com um território fluido e internacional como é a rede digital?
"Todos os países estão buscando um caminho, cada um à sua maneira. A internet fala muito de liberdade de expressão, acesso. Mas precisamos estabelecer regras internacionais para que esse trânsito possua alguns tipos de regulação", insiste.
"Dificilmente alguém entra numa loja e sai com um DVD debaixo do braço sem pagar, porque sabem que isso é roubo. Infelizmente, não olham para a internet do mesmo jeito."


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