São Paulo, terça-feira, 08 de dezembro de 2009

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

TELEVISÃO

Crítica

"Cão Branco", de Fuller, é crítica ao racismo

INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA

Primeiro, não há filme sobre (e contra) o racismo como "O Cão Branco" (TC Cult, 0h15, livre). Porque se o racismo é irracional, nada mais eficaz, nada mais claro, do que mostrar um cachorro condicionado a odiar (e a atacar, naturalmente) os negros.
Segundo, porque Samuel Fuller, bem à sua maneira, entra pela porta dos fundos, pela entrada de serviço, digamos assim, do mundo. Em vez de entrar com a velha história dos brancos mal-encarados do Alabama cometendo atrocidades, aqui o centro da ação está no trabalho de um treinador que tenta descondicionar o cão racista (e também da garota que o adotou e vê outra coisa nele que não um monstro).
Esse itinerário, tão fulleriano, será cheio de surpresas. Em cada uma dessas surpresas será possível sentir o dedo de um artista invulgar. Porque Spike Lee é negro e bom cineasta, é verdade. Mas Fuller, com seu cão, soube mostrar o racismo com mais profundidade que ninguém.

Texto Anterior: O melhor do dia
Próximo Texto: José Simão: Copenhague! Solta pum pra dentro!
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.