Mostra em São Paulo reúne imagens da atriz francesa, entre elas um banho de piscina e os bastidores de "O Desprezo"

Topless na mansão do ex-marido foi primeiro nu de Bardot, flagrada nos anos da dolce vita pelo paparazzo italiano Marcello Geppetti

Divulgação

A atriz Brigitte Bardot durante as gravações de "O Desprezo", de Jean-Luc Godard, em1963, fotografada por Marcello Geppetti

SILAS MARTÍ
DA REPORTAGEM LOCAL

"Vê os meus pés no espelho?
Gosta deles? E dos meus joelhos, você gosta? E das minhas coxas? Dos meus ombros? E da minha cara? Toda? Da minha boca, dos meus olhos, do meu nariz, das minhas orelhas? Então você me ama totalmente."
Nua e na cama com Michel Piccoli, Brigitte Bardot esquadrinha sua anatomia perfeita em cena de "O Desprezo", de Jean-Luc Godard. Estava no auge da beleza em 1963, em plena febre da dolce vita romana.
Se hoje, aos 75, BB perdeu o glamour e a plasticidade de suas curvas, engajada numa batalha por causas da direita ultraconservadora e por direitos dos animais, a atriz francesa continua plasmada no imaginário cinéfilo como diva absoluta, devoradora de homens.
Bardot aparece fugindo dos paparazzi em Roma, nua à beira da piscina do milionário Gunter Sachs, de braços abertos, sorridente nas fotografias de Marcello Geppetti, fotógrafo que ficou amigo da atriz, agora numa exposição em São Paulo.
São imagens dos anos 60.
"Roma era o centro do mundo naquela época, a Cinecittà era o centro do universo", conta Sid Dionello, diretor do arquivo de Geppetti, à Folha. "Foi a era do glamour, das pessoas mergulhando na Fontana di Trevi."
Bardot não tomou banho na fonte da capital italiana, mas deu suas escapadas pela via dei Condotti, teve encontros secretos com Alain Delon e esqueceu o pudor em tardes de topless sob o sol mediterrâneo.
Geppetti ficou dois dias pendurado numa árvore para flagrar a atriz em seu banho de piscina. Também registrou o momento em que saía do quarto de Alain Delon quando ainda era casada. Acabou ganhando a confiança dela e fez outras fotos menos escandalosas, mas não menos belas, de Bardot.
Durante as gravações de "O Desprezo", Bardot olha de canto de olho para um refletor. A equipe técnica em volta desaparece, fora de foco. Fica só o rosto da atriz, numa moldura faiscante de cabelos loiros -a doçura e a lascívia de uma personagem que era ela mesma.