São Paulo, quarta-feira, 08 de dezembro de 2010

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OPINIÃO MÚSICA

Relançamento é coringa para gravadoras

Produtos se tornam estratégias para as gravadoras se livrarem de custos de produção e evitarem prejuízos


RELANÇAR É CONTEXTUALIZAR, NÃO APENAS COLOCAR NO MERCADO. A SOLUÇÃO PARECE SER O FETICHISMO


COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Até algum tempo atrás, o papel de uma gravadora era perfeitamente claro: descobria artistas com potencial pop, ajudava a estruturar carreiras, custeava, comercializava e distribuía gravações, auxiliando em divulgação e marketing.
Com a tão falada democratização dos processos de gravação e a facilidade irrestrita de distribuição virtual, os papéis mais essenciais das companhias fonográficas foram colocados em xeque. Se antes as cinco maiores multinacionais de disco do mundo eram chamadas de Cinco Irmãs e controlavam praticamente toda a indústria que girava em torno da música gravada, atualmente são três ou quatro, que perdem dinheiro ano a ano.
Contra os custos de gravação, produção, arte, sem os investimentos pressupostos no lançamento de novos artistas, existem os catálogos, coringas certos nas listas de lançamentos. O lado bom de ser uma major e uma das tarefas mais importantes da música como comunicação, cultura, história: cuidar do acervo e manter vivas as glórias passadas.
Jorge Lopes, da EMI, comentou em reportagem aqui na Ilustrada (em 7/7/10) que o catálogo gerava 60% da receita da gravadora, versus 40% de investimento. Público formado, sem custos ou investimentos, discos clássicos: lucro certo.
Relançar é contextualizar, não apenas colocar no mercado. Se os fãs antigos já possuem os discos em todos os formatos que não são inéditos e os fãs novos e casuais estão mais próximos da internet que das lojas, a solução parece ser o fetichismo de um trabalho de enriquecimento de áudio e pesquisa de extras e informações para o colecionador ou a atração de um belo pacote de apresentação ao novo consumidor em potencial.
(RONALDO EVANGELISTA)


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