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ARTE
Arco chega à 25ª edição como uma das mais importantes vitrines do mercado mundial
Galerias brasileiras expõem em Madri
DANIEL HORA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
As atenções de colecionadores
privados, diretores de museus,
curadores, meios de comunicação e um público amplo estarão
voltadas a partir de hoje -e até a
próxima segunda- para a Feira
Internacional de Arte Contemporânea de Madri, a chamada Arco.
O evento celebra bodas de prata
neste ano, exibindo números significativos. Da estréia em 1982 à
edição atual, o total de galerias expositoras saltou de 90 para 278, e
o universo de países representados aumentou de 16 para 35. No
entanto, o que mais marcou o desenvolvimento da Arco foi seu
poder de massificação: a soma de
visitantes passou de 25 mil no primeiro ano para 180 mil em 2005.
Para efeito de comparação, a
Art Basel, a mais destacada das
feiras internacionais, realizada
em junho na Suíça, atraiu em
2005 um total de 56 mil visitantes.
Na Arco 06, sete galerias brasileiras lideram o número de 21 participantes latino-americanos, em
um universo de 193 galerias de diversas nacionalidades, além de 86
da própria Espanha. Esse conjunto foi escolhido entre quase 700
candidaturas, um número que
vem crescendo ao redor de 15%
nos últimos anos e que revela a
disputa por um espaço na feira.
"Houve, como sempre, reclamações, especialmente por parte
dos espanhóis, que querem estar
porque o evento acontece em seu
território. Mas é necessário ter
qualidade", conta o diretor da
paulistana Casa Triângulo, Ricardo Trevisan, que neste ano fez
parte pela primeira vez do conselho de galeristas empenhado no
processo de seleção do evento.
Quatro galerias nacionais estão
na programação geral da Arco 06.
A Brito Cimino, assídua de 1999 a
2003, volta à feira depois de dois
anos de ausência e apresenta trabalhos de 11 autores que se caracterizam pela pluralidade de linguagens, incluindo entre eles Ana
Maria Tavares e Eder Santos.
Também se reincorpora, após
dois anos fora do evento, a galeria
Marília Razuk, que em sua sexta
participação vai exibir nomes como Edith Derdyk e Cabelo. A Casa Triângulo faz sua oitava Arco
expondo criações em suportes
que variam da fotografia à instalação, por artistas como Albano
Afonso e Rubens Mano.
Pela primeira vez na feira de
Madri, a Baró Cruz leva obras dos
históricos Lygia Clark e Hélio Oiticica, além da produção recente
de Jac Leirner e Lia Menna Barreto, entre outros. Já as galerias Leme, Léo Bahia e Nara Roesler foram convidadas pela curadora independente Gisela Domschke para a seção City Scapes, dedicada à
arte urbana.
Por fim, o artista radicado em
Chicago Eduardo Kac é outra
atração brasileira. Representado
na Arco por uma galeria dinamarquesa, foi convidado a expor
no programa theblackbox@arco,
voltado aos projetos que usam
novas tecnologias.
A Arco permite que os galeristas
nacionais façam contato com os
diretores de museus da Europa e
demais continentes. Segundo Nara Roesler, fora as vendas para estes clientes institucionais, têm
surgido assim convites para que
os artistas representados na feira
exponham em outros lugares.
Alguns exemplos de sua própria
galeria foram as mostras de 2004
de Laura Vinci, na Itália, e Artur
Lescher, na Argentina. Desse modo, o evento espanhol reforça o
permanente interesse pela produção do Brasil e demais países da
América Latina, que já participaram em bloco como região convidada da edição de 1997. Em 2005,
o convidado foi o México e, depois da Áustria (2006) e Coréia do
Sul (2007), será a vez do Brasil. Os
preços nos estandes brasileiros
vão de US$ 1.000 a US$ 35 mil.
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