São Paulo, quinta-feira, 09 de fevereiro de 2006

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

ARTE

Arco chega à 25ª edição como uma das mais importantes vitrines do mercado mundial

Galerias brasileiras expõem em Madri

DANIEL HORA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

As atenções de colecionadores privados, diretores de museus, curadores, meios de comunicação e um público amplo estarão voltadas a partir de hoje -e até a próxima segunda- para a Feira Internacional de Arte Contemporânea de Madri, a chamada Arco. O evento celebra bodas de prata neste ano, exibindo números significativos. Da estréia em 1982 à edição atual, o total de galerias expositoras saltou de 90 para 278, e o universo de países representados aumentou de 16 para 35. No entanto, o que mais marcou o desenvolvimento da Arco foi seu poder de massificação: a soma de visitantes passou de 25 mil no primeiro ano para 180 mil em 2005.
Para efeito de comparação, a Art Basel, a mais destacada das feiras internacionais, realizada em junho na Suíça, atraiu em 2005 um total de 56 mil visitantes.
Na Arco 06, sete galerias brasileiras lideram o número de 21 participantes latino-americanos, em um universo de 193 galerias de diversas nacionalidades, além de 86 da própria Espanha. Esse conjunto foi escolhido entre quase 700 candidaturas, um número que vem crescendo ao redor de 15% nos últimos anos e que revela a disputa por um espaço na feira.
"Houve, como sempre, reclamações, especialmente por parte dos espanhóis, que querem estar porque o evento acontece em seu território. Mas é necessário ter qualidade", conta o diretor da paulistana Casa Triângulo, Ricardo Trevisan, que neste ano fez parte pela primeira vez do conselho de galeristas empenhado no processo de seleção do evento.
Quatro galerias nacionais estão na programação geral da Arco 06. A Brito Cimino, assídua de 1999 a 2003, volta à feira depois de dois anos de ausência e apresenta trabalhos de 11 autores que se caracterizam pela pluralidade de linguagens, incluindo entre eles Ana Maria Tavares e Eder Santos. Também se reincorpora, após dois anos fora do evento, a galeria Marília Razuk, que em sua sexta participação vai exibir nomes como Edith Derdyk e Cabelo. A Casa Triângulo faz sua oitava Arco expondo criações em suportes que variam da fotografia à instalação, por artistas como Albano Afonso e Rubens Mano.
Pela primeira vez na feira de Madri, a Baró Cruz leva obras dos históricos Lygia Clark e Hélio Oiticica, além da produção recente de Jac Leirner e Lia Menna Barreto, entre outros. Já as galerias Leme, Léo Bahia e Nara Roesler foram convidadas pela curadora independente Gisela Domschke para a seção City Scapes, dedicada à arte urbana.
Por fim, o artista radicado em Chicago Eduardo Kac é outra atração brasileira. Representado na Arco por uma galeria dinamarquesa, foi convidado a expor no programa theblackbox@arco, voltado aos projetos que usam novas tecnologias.
A Arco permite que os galeristas nacionais façam contato com os diretores de museus da Europa e demais continentes. Segundo Nara Roesler, fora as vendas para estes clientes institucionais, têm surgido assim convites para que os artistas representados na feira exponham em outros lugares.
Alguns exemplos de sua própria galeria foram as mostras de 2004 de Laura Vinci, na Itália, e Artur Lescher, na Argentina. Desse modo, o evento espanhol reforça o permanente interesse pela produção do Brasil e demais países da América Latina, que já participaram em bloco como região convidada da edição de 1997. Em 2005, o convidado foi o México e, depois da Áustria (2006) e Coréia do Sul (2007), será a vez do Brasil. Os preços nos estandes brasileiros vão de US$ 1.000 a US$ 35 mil.


Texto Anterior: Mônica Bergamo
Próximo Texto: Música: "Fomos pegos de surpresa", diz promotor do U2
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.