São Paulo, sexta-feira, 09 de fevereiro de 2007

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

comentário

Produção capta o impacto da morte de Diana

FERNANDO CANZIAN
DA REPORTAGEM LOCAL

Os dias que se seguiram à morte da princesa Diana, em 31 de agosto de 1997, estão meticulosamente retratados no longa-metragem "A Rainha", com direção de Stephen Frears. Pelo menos a parte que se tornou visível a todos, seja a olhos nus ou pela lente estridente dos tablóides britânicos.
Por uma insônia e por sorte, fui localizado acordado pela Folha e pude participar, naqueles dias, da intensa cobertura da morte de Diana como enviado especial a Londres.
Todo o movimento pendular de Elizabeth 2ª retratado no filme, do distanciamento até o castelo Balmoral, na Escócia, até ser trazida de volta a Londres quase que pelos cabelos por pressão da mídia, parece ser exatamente o que aconteceu.
No filme, porém, a influência do premiê Tony Blair soa exagerada para determinar o "xeque" aplicado à rainha pelos seus súditos durante aquele período de imensa comoção popular, em que exigiu-se não só bandeira a meio-pau quanto a própria presença física da monarca no Palácio de Buckingham.

Tempos midiáticos
É certo que o então mais jovem Blair, que ascendeu ao poder pelo Partido Trabalhista, deve ter aconselhado Elizabeth a se comportar de maneira mais adequada aos novos tempos midiáticos que ele representava tão bem. Principalmente depois de um longo período conservador de Margaret Thatcher-John Major (entre maio de 1979 e maio de 1997).
Mas o filme também retrata as resistências de Elizabeth com coerência: afinal, para uma rainha, expor o sofrimento de seus netos de sangue azul e herdeiros do trono soa tão anacrônico quanto a própria existência da monarquia hoje.


Texto Anterior: Crítica: Filme observa o novo frente ao imutável
Próximo Texto: Loach não viu e não gostou de "A Rainha"
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.