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comentário
Produção capta o impacto da morte de Diana
FERNANDO CANZIAN
DA REPORTAGEM LOCAL
Os dias que se seguiram à
morte da princesa Diana, em
31 de agosto de 1997, estão
meticulosamente retratados
no longa-metragem "A Rainha", com direção de Stephen Frears. Pelo menos a
parte que se tornou visível a
todos, seja a olhos nus ou pela lente estridente dos tablóides britânicos.
Por uma insônia e por sorte, fui localizado acordado
pela Folha e pude participar,
naqueles dias, da intensa cobertura da morte de Diana
como enviado especial a
Londres.
Todo o movimento pendular de Elizabeth 2ª retratado
no filme, do distanciamento
até o castelo Balmoral, na
Escócia, até ser trazida de
volta a Londres quase que
pelos cabelos por pressão da
mídia, parece ser exatamente o que aconteceu.
No filme, porém, a influência do premiê Tony
Blair soa exagerada para determinar o "xeque" aplicado
à rainha pelos seus súditos
durante aquele período de
imensa comoção popular,
em que exigiu-se não só bandeira a meio-pau quanto a
própria presença física da
monarca no Palácio de Buckingham.
Tempos midiáticos
É certo que o então mais
jovem Blair, que ascendeu ao
poder pelo Partido Trabalhista, deve ter aconselhado
Elizabeth a se comportar de
maneira mais adequada aos
novos tempos midiáticos que
ele representava tão bem.
Principalmente depois de
um longo período conservador de Margaret Thatcher-John Major (entre maio de
1979 e maio de 1997).
Mas o filme também retrata as resistências de Elizabeth com coerência: afinal,
para uma rainha, expor o sofrimento de seus netos de
sangue azul e herdeiros do
trono soa tão anacrônico
quanto a própria existência
da monarquia hoje.
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