|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Berlinale começa na quinta, sem brasileiros
País não concorre ao Urso de Ouro, mas tem 5 longas em mostras paralelas
Festival comemora 60 anos com a exibição de nova versão de "Metrópolis", de Fritz Lang, e filmes inéditos de Scorsese e Polanski
CRISTINA FIBE
DA REPORTAGEM LOCAL
Na próxima quinta-feira, o
Festival Internacional de Cinema de Berlim, a Berlinale, dá
início à sua 60ª edição, com 20
filmes competindo pelo Urso
de Ouro. O prêmio será anunciado no fim da maratona, no
próximo dia 20, e decidido por
júri encabeçado pelo cineasta
alemão Werner Herzog.
Neste ano, nenhum brasileiro concorre nas categorias
principais, mas cinco longas serão exibidos em mostras paralelas (leia quadro ao lado). Em
60 festivais, o país levou duas
vezes o troféu mais importante,
com "Central do Brasil" (1998)
e "Tropa de Elite" (2008).
Entre os filmes que competem pelo Urso, um dos mais esperados é o thriller político
"The Ghost Writer", do cineasta Roman Polanski, que cumpre prisão domiciliar na Suíça
desde dezembro e não poderá
comparecer à estreia mundial.
Polanski, acusado nos EUA
de ter feito "sexo ilegal" com
uma menina de 13 anos, em
1977, foi detido na Suíça em setembro passado e trabalhou na
prisão na edição do filme, com
Ewan McGregor, Kim Cattrall
e Pierce Brosnan no elenco.
Outra estreia badalada é a de
"A Ilha do Medo", de Martin
Scorsese, exibido fora de competição, mas que promete a
presença, em Berlim, do diretor
e dos atores Leonardo DiCaprio, Michelle Williams e sir
Ben Kingsley.
Celebridades hollywoodianas à parte, novos filmes de países como China (representada
pelos diretores Wang Qua'an e
Zhang Yimou), Japão (Yoji Yamada e Koji Wakamatsu) e Dinamarca (Thomas Vinterberg)
mantêm a tradição do festival
de focar em produções excluídas do radar da indústria.
Para os 60 anos do festival, o
principal evento comemorativo é a exibição da nova versão
de "Metrópolis", de Fritz Lang.
O corte original da ficção
científica de 1927, que sofreu
várias mudanças após a estreia,
em Berlim, há mais de 80 anos,
era considerado perdido até ser
identificado no museu de cinema de Buenos Aires, em 2008.
O restauro, propagandeado
como "um dos mais importantes da história do cinema", promete esclarecer lacunas da
clássica história de combate
entre trabalhadores e seus exploradores capitalistas em uma
cidade do futuro.
Mesmo com a temperatura
nos graus negativos -ontem,
Berlim estava entre -6C e -3C
-, o público foi convidado a se
reunir em frente ao portão de
Brandemburgo para ver o filme, na próxima sexta-feira. A
projeção ao ar livre, com duas
horas e meia, será simultânea à
sessão de gala, com orquestra a
acompanhar o clássico mudo.
Também receberá singela
homenagem o cineasta francês
Eric Rohmer, morto em 11 de
janeiro, aos 89. Será exibido o
filme "Pauline na Praia", que
lhe rendeu o Urso de Prata de
melhor diretor, em 1983.
Texto Anterior: Crítica: Ao vivo, CDs registram shows históricos Próximo Texto: TV paga traz os novos mistérios da última temporada de "Lost" Índice
|