São Paulo, terça-feira, 09 de fevereiro de 2010

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Berlinale começa na quinta, sem brasileiros

País não concorre ao Urso de Ouro, mas tem 5 longas em mostras paralelas

Festival comemora 60 anos com a exibição de nova versão de "Metrópolis", de Fritz Lang, e filmes inéditos de Scorsese e Polanski

CRISTINA FIBE
DA REPORTAGEM LOCAL

Na próxima quinta-feira, o Festival Internacional de Cinema de Berlim, a Berlinale, dá início à sua 60ª edição, com 20 filmes competindo pelo Urso de Ouro. O prêmio será anunciado no fim da maratona, no próximo dia 20, e decidido por júri encabeçado pelo cineasta alemão Werner Herzog.
Neste ano, nenhum brasileiro concorre nas categorias principais, mas cinco longas serão exibidos em mostras paralelas (leia quadro ao lado). Em 60 festivais, o país levou duas vezes o troféu mais importante, com "Central do Brasil" (1998) e "Tropa de Elite" (2008).
Entre os filmes que competem pelo Urso, um dos mais esperados é o thriller político "The Ghost Writer", do cineasta Roman Polanski, que cumpre prisão domiciliar na Suíça desde dezembro e não poderá comparecer à estreia mundial.
Polanski, acusado nos EUA de ter feito "sexo ilegal" com uma menina de 13 anos, em 1977, foi detido na Suíça em setembro passado e trabalhou na prisão na edição do filme, com Ewan McGregor, Kim Cattrall e Pierce Brosnan no elenco.
Outra estreia badalada é a de "A Ilha do Medo", de Martin Scorsese, exibido fora de competição, mas que promete a presença, em Berlim, do diretor e dos atores Leonardo DiCaprio, Michelle Williams e sir Ben Kingsley.
Celebridades hollywoodianas à parte, novos filmes de países como China (representada pelos diretores Wang Qua'an e Zhang Yimou), Japão (Yoji Yamada e Koji Wakamatsu) e Dinamarca (Thomas Vinterberg) mantêm a tradição do festival de focar em produções excluídas do radar da indústria.
Para os 60 anos do festival, o principal evento comemorativo é a exibição da nova versão de "Metrópolis", de Fritz Lang.
O corte original da ficção científica de 1927, que sofreu várias mudanças após a estreia, em Berlim, há mais de 80 anos, era considerado perdido até ser identificado no museu de cinema de Buenos Aires, em 2008.
O restauro, propagandeado como "um dos mais importantes da história do cinema", promete esclarecer lacunas da clássica história de combate entre trabalhadores e seus exploradores capitalistas em uma cidade do futuro.
Mesmo com a temperatura nos graus negativos -ontem, Berlim estava entre -6C e -3C -, o público foi convidado a se reunir em frente ao portão de Brandemburgo para ver o filme, na próxima sexta-feira. A projeção ao ar livre, com duas horas e meia, será simultânea à sessão de gala, com orquestra a acompanhar o clássico mudo.
Também receberá singela homenagem o cineasta francês Eric Rohmer, morto em 11 de janeiro, aos 89. Será exibido o filme "Pauline na Praia", que lhe rendeu o Urso de Prata de melhor diretor, em 1983.


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