São Paulo, quinta-feira, 09 de maio de 2002

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CINEMA

Personagens digitais dão show em sequência que resgata ação e humor do início da série dirigida por George Lucas

"Star 2" é melhor que primeiro e pior que outros

Divulgação
Cenas do segundo episódio de "Star Wars", dirigido por George Lucas


SÉRGIO DÁVILA
DE NOVA YORK

A pergunta que não quer calar: afinal, "Star Wars - Episódio 2: Ataque dos Clones" é melhor do que o primeiro ou não? Resposta: sim, melhor do que a primeira continuação, pior do que os três filmes originais.
A Folha teve acesso anteontem à première mundial da nova obra de George Lucas, um dos títulos mais esperados do ano, que estréia no dia 16 de maio nos Estados Unidos e em 5 de julho no Brasil. Junto de "Homem-Aranha", é o candidato natural a arrasa-quarteirão da temporada.
O diretor conseguiu resgatar parte do humor e muito da ação que fizeram a fama da primeira trilogia, nos anos 70 e 80, além de injetar mais romance, como se a "prequela" de 1999, "A Ameaça Fantasma", tivesse servido apenas para esquentar os motores.
O filme se passa dez anos depois de "Ameaça". Anakin Skywalker (Hayden Christensen) cresceu e já é quase um jedi, sob a supervisão de Obi-Wan Kenobi (Ewan McGregor), que passou de estudante a professor. Os dois são designados para proteger a vida de Padmé Amidala (Natalie Portman), que está sendo ameaçada por atentados de separatistas.
No meio do caminho, Anakin se apaixona por Padmé, volta para seu planeta natal para tentar salvar a mãe (Pernilla August) e começa a revelar traços de seu caráter complexo -não se esqueça de que o herói se transformará um dia no vilão Darth Vader.
A preguiça em acompanhar tantos nomes, planetas, universos é quase irresistível, se você tem mais de 30 anos. Mas é inegável a emoção e a segurança (principalmente se você tem mais de 30 anos) em ver pela quinta vez a mesma abertura, com a mesma música, tipo de letra escrito "Star Wars" e texto deitado explicativo, que sempre começa com "Há muito tempo, numa galáxia muito, muito distante...".
O problema principal são dois. O primeiro é que Lucas é um péssimo diretor de atores. Por mais que seu elenco seja competente (principalmente Samuel L. Jackson, que faz um esforço sobre-humano para parecer humano num grupo de caricaturas), todos recitam os diálogos como se numa peça de final de ano da escola.
Eis o segundo problema: Lucas é péssimo escritor de diálogos também. Isso só piorou com os anos, conforme a série foi ganhando importância histórica e o diretor foi ficando mais solene e auto-reverente em relação à obra.
Não é à toa que a graça deste episódio reside justamente nos personagens digitais. São os mais bem resolvidos e que dão a melhor interpretação, por paradoxal que seja. É assim com o amigo de Kenobi que trabalha num bar, com os ETs do planeta Camino, com o odiável Jar-Jar Binks, que reaparece, e com o adorável Yoda, o miniguru dos jedis.
A criatura verde, aliás, dá um show no final, na luta de sabre de luz com o conde Dooku (insira sua própria piada aqui), interpretado pelo drácula Christopher Lee. E é isso, a ação, a boa e velha ação, que vai manter por muitos meses as filas de "Ataque dos Clones" nos cinemas do mundo.


Star Wars: Episódio 2 - Ataque dos Clones
Star Wars: Episode 2 - Attack of the Clones
   
Produção: EUA, 2002
Direção: George Lucas
Com: Ewan McGregor, Natalie Portman, Hayden Christensen, Samuel L. Jackson
Quando: estréia 16 de maio (nos EUA); 5 de julho (no Brasil)




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