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O RETORNO
Daniel John, líder do grupo, destaca sua fase "mais espiritual"
Silverchair volta ao Brasil com pé na igreja
DA REPORTAGEM LOCAL
Os fãs do Silverchair podem ficar sossegados: a banda não vai
acabar amanhã. Nem depois.
Bem melhor de saúde se comparado a seu estado em 2001, o vocalista Daniel Johns inicia hoje em Recife uma miniturnê pelo país
para divulgar o quarto álbum do
grupo, "Diorama". No domingo,
os australianos se apresentam em
Belo Horizonte, no dia 14, no Rio,
e, no dia 15, é a vez de São Paulo.
Evasivo quanto ao destino do
Silverchair, que, tem-se especulado, poderia acabar depois desta
turnê, Johns, 24, falou à Folha de
Londres, onde passava uns dias
com a namorada e também cantora Natalie Imbruglia. "Acabamos de terminar a turnê australiana e resolvi vir para cá escrever
algumas músicas novas antes de
partir para a América do Sul. Já tenho umas 15 [faixas], mas só gosto de cinco até agora."
"Mais espiritual" do que seus
trabalhos anteriores, o futuro disco do Silverchair (ou de Johns?)
terá também já um pezinho na
igreja, à qual Johns e Imbruglia
prometem comparecer em fevereiro de 2004 para oficializar a relação. "Parece música de igreja, gostaria de ver um coro cantando.
Muitas músicas que escrevi no
passado foram inspiradas na dor
e na escuridão e, agora, apaixonado, acho que consigo abrir uma
parte da minha mente que fica
inacessível quando estava deprimido", diz o compositor precoce,
descoberto por um programa de
TV australiano aos 13 anos e lançado ao mainstream aos 15 anos,
com o estouro mundial do grunge
"Frogstomp" (1995).
Desde então, o coquetel sucesso, drogas e rock'n'roll tem descido mal para Johns, que acabou somatizando tudo em uma artrite
rara que calcificou as articulações
do corpo, impedindo-o de tocar.
Mas, segundo Johns, assim como a sonoridade pesada dos dois
primeiros álbuns do Silverchair, a
saúde debilitada também já é coisa do passado: "Diria que estou
90% melhor. Tomo ainda 80 comprimidos por dia, faço fisioterapia, mas não sinto mais tantas dores".
Um Johns melhor, um Silverchair melhor. "É bom estar fisicamente apto a tocar novamente, sempre que tiver vontade. Esse
tempo em que a banda ficou parada serviu para dar mais ânimo para voltarmos. Queremos mostrar que estamos muito melhores do
que no Rock in Rio 3", promete o líder do Silverchair, que classifica
a experiência de tocar para 200
mil pessoas como "a coisa mais
maravilhosa que já aconteceu na
nossa vida".
Privilégio de australianos e brasileiros até agora, a turnê prossegue para os Estados Unidos, no
dia 19, passa pelo Canadá e termina européia em junho em Londres, terra natal da futura senhora Johns -para o descabelo das fãs
mais esperançosas do loirinho problema.
(DIEGO ASSIS)
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