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MIS reúne novos nomes da Magnum
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Eles são seis. Formam a nova
geração de fotodocumentaristas
da mítica agência de fotografia
Magnum, fundada por Henri
Cartier-Bresson e Robert Capa.
Rebeldes com causa, destemidos, premiados. A mostra "Off
Broadway", que é aberta hoje no
MIS (Museu da Imagem e do
Som), reúne imagens feitas em
conflitos pelo mundo para tentar
uma improvável aproximação
entre fotojornalismo e arte.
O grupo, formado pelos italianos Alex Majoli e Paolo Pellegrin,
pelo alemão Thomas Dworzak,
pelo finlandês Ilkka Uimonem,
pelo francês Antoine D'Agata e
pelo canadense Christopher Anderson, rompe barreiras geográficas e lingüísticas para capturar
imagens da saga humana em
qualquer local do mundo.
Eles são críticos e pretensiosos.
Em conversa com a Folha, Majoli
e Anderson disseram que fotógrafos como o brasileiro Sebastião
Salgado e o norte-americano James Natchwey, referências essenciais do fotodocumental a partir
dos anos 80, estão superados.
"Sebastião Salgado prioriza a
luz e a atmosfera épica em suas fotografias. Ele tem um projeto estético que uniformiza seu trabalho.
Prefiro trabalhar livre. Privilegiar
menos a autoria e mais a relação
com o outro", diz Majoli.
"As gerações anteriores tentavam encaixar o mundo numa caixa formatada por uma estética rigorosa. Nós implodimos essa caixa. Não quero ser um fotógrafo de
um estilo e uma luz determinados
a priori. O cruzamento de experiências que a fotografia pode
propor é algo maior. Não cabe
nessa caixa", afirma Anderson.
Ao fugir daquilo do que chamam de "escravidão da estética",
o grupo prega um ecletismo tanto
no ato fotográfico quanto na forma de exibição do trabalho.
As imagens exibidas na mostra
não possuem créditos. "A autoria
não é importante", frisa Majoli.
As imagens projetadas nem sequer possuem legendas. "Importa
menos o onde, o quando e o porquê do que a percepção que elas
podem gerar no espectador ao serem vistas projetadas da forma
como editamos", completa.
Ao apresentar imagens desconectadas do tempo, do espaço e
do contexto em que foram geradas, "Off Broadway" pretende traçar um painel sobre a condição do
homem contemporâneo. Algo
muito mais ambicioso que o mero relato dos fatos noticiosos que
originaram as fotografias.
"É ver o mundo como um grande teatro. Com a diferença de que
tudo o que será visto de fato aconteceu. Nada é ficção", conclui Majoli. É ver para crer.
"Off Broadway" corre o risco de
ser inaugurada hoje de forma
adaptada. Até o fechamento desta
edição, a Receita Federal, por motivo de greve, não havia liberado
os cinco projetores Leica, importados especialmente para a montagem da exposição. Uma versão
da projeção pode ser vista no site .
Off Broadway
Quando: abertura hoje, às 20h; de ter.
a dom., das 12h às 20h; até 11/6
Onde: MIS (av. Europa, 158, Jardim
Europa, SP, tel. 0/xx/11/3062-9197)
Quanto: entrada franca
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