São Paulo, segunda-feira, 09 de maio de 2011

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros

Para MinC, diárias eram "economia" aos cofres

Ana de Hollanda ganhou por dias não trabalhados FLÁVIA FOREQUE
DE BRASÍLIA

Alvo de críticas e pressões de alas do PT para deixar o cargo, a ministra da Cultura, Ana de Hollanda, divulgou nota ontem por meio de sua assessoria rebatendo acusações de irregularidades no recebimento de diárias.
Na nota, o ministério nega as acusações publicadas ontem no jornal "O Estado de S. Paulo", que aponta o pagamento de diárias à ministra por fins de semana na cidade do Rio de Janeiro sem uma agenda oficial.
De acordo com a reportagem, Ana de Hollanda recebeu, nos últimos quatro meses, R$ 35,5 mil por 65 diárias. Dessas, em pelo menos 16 ela não possuía um compromisso de trabalho.
Diante do desgaste da ministra entre setores do PT, a avaliação do governo é que a informação publicada no final de semana é mais um fator negativo para a imagem de Ana de Hollanda.
O Palácio do Planalto, entretanto, pretende ouvir explicações da ministra antes de tomar qualquer atitude em relação ao tema.
Na nota divulgada ontem, a assessoria da pasta diz "não haver impropriedade na conduta da ministra".
O texto alega que, em alguns casos, o valor da diária para hospedagem era menor do que o necessário para pagar as passagens de ida e volta do Rio para Brasília.
"A economicidade, sempre conforme a legislação, impôs adotar a opção que menos onerasse o erário público", justifica o ministério. Segundo reportagem de ontem, a pasta desembolsou R$ 17,3 mil com passagens aéreas da ministra.

DESGASTE
Desde que assumiu, Hollanda foi alvo de críticas pela montagem de sua equipe e pela gestão de políticas públicas implementadas no governo anterior.
Em março, em entrevista para a Folha, o sociólogo Emir Sader chamou a ministra de "meio autista" -e teve sua nomeação para assumir a Casa de Rui Barbosa cancelada por Hollanda.
A ministra ainda gerou reação de setores da cultura ao tratar da reforma na Lei do Direito Autoral, proposta por seu antecessor na pasta, Juca Ferreira.
Na gestão de Ferreira, um projeto para a reforma da lei foi encaminhado à Casa Civil. Ao assumir a pasta, em janeiro, Ana de Hollanda pediu de volta o projeto, a fim de "revê-lo".
Artistas e produtores vieram a público manifestar repúdio ao que consideraram um "recuo" na discussão.
A ministra também tem sido acusada, com frequência, de defender os interesses do Ecad (Escritório Central de Arrecadação de Direitos Autorais), que recolhe e distribui os direitos de todas as músicas executadas no país.


Texto Anterior: FOLHA.com
Próximo Texto: Frase
Índice | Comunicar Erros



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.