|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
CINEMA/ESTRÉIA
Com "Tenha Fé", o badalado ator prova não apenas ter o domínio da câmera, mas também do humor
Edward Norton revela seu lado diretor
DA REDAÇÃO
Não se pode dizer que o ator
Edward Norton, 30, teve uma estréia discreta no cinema. Como o
jovem psicopata Aaron Stampler,
de "As Duas Faces de um Crime"
(1996), ele literalmente roubou a
cena de Richard Gere, recebeu
uma indicação ao Oscar de ator
coadjuvante e levou uma produção sem grandes pretensões artísticas para, pelo menos, ser avaliada pela Academia de Hollywood.
Logo depois, realizou o sonho
de nove entre dez astros do cinema americano: trabalhar com
Woody Allen. No musical "Todos
Dizem Eu Te Amo", do mesmo
ano, cantou e dançou ao lado de
Drew Barrymore com quem, dizem, teve um rápido romance.
De lá para cá, todo novo projeto
no qual Norton se envolve logo
transforma-se no "talk of the
town" da capital do cinema americano. Seu cachê está batendo
nos US$ 6,5 milhões e "A Outra
História Americana" (1998) lhe
deu nova indicação ao Oscar.
Norton participou, ao lado de
Brad Pitt, do polêmico "Clube da
Luta", que, para o público brasileiro, ecoa a memória dolorosa do
atentado cometido no MorumbiShopping, em São Paulo, durante a exibição do filme, em novembro do ano passado.
Considerado um dos mais -se
não o mais- talentosos atores de
sua geração, chamado de novo
Brando, Norton foi convencido a
estrear na direção -e de uma comédia romântica- pelo roteirista Stuart Blumberg, seu colega na
Universidade de Yale, onde Norton se formou em história.
"Stuart me mostrou o roteiro
original, nós dois o reescrevemos,
e ele sugeriu que eu dirigisse. "Outro cara não vai gostar dos mesmos lugares de Nova York, não
vai sacar as piadas de judeu", ele
me disse. Nós decidimos filmar, e
as locações ficavam a duas quadras do nosso primeiro apartamento na cidade", conta Norton.
"Tenha Fé" narra a amizade entre um padre (Norton) e um rabino (Ben Stiller) progressistas, que
fica abalada quando ambos se
apaixonam pela mesma mulher
(Jenna Elfman). Do trivial triângulo amoroso, Norton produz
um humor leve, surpreendente,
apesar de convencional, que recebeu tantos elogios quanto o seu
trabalho de ator da crítica.
Agora, ele dedica-se ao próximo
passo de sua carreira, que também vai dar o que falar: as filmagens, no Canadá, de "The Score",
ao lado de nada menos do que
Marlon Brando e Robert De Niro,
com direção de Frank Oz.
(FÁTIMA GIGLIOTTI)
Texto Anterior: Panorâmica: Mansão da cantora pop é invadida Próximo Texto: Filme arrisca-se a atolar na tradição Índice
|