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Leilão "Joaquim Nabuco" arrecada R$ 11 milhões
FREE-LANCE PARA A FOLHA
O leilão de obras de arte, mobiliários e objetos pessoais do acervo da família do abolicionista Joaquim Nabuco (1849-1910) rendeu
mais de R$ 11 milhões. Foram levadas a leilão 977 peças e vendidas
cerca de 900. Os lances começaram na segunda passada e terminaram anteontem, no Rio.
Um conjunto de três painéis do
pintor Cândido Portinari (1903-62) foi a grande atração, com o
preço recorde de R$ 7,6 milhões.
O tríptico representando a fauna e
flora brasileiras, em óleo sobre tela, feito para o casal José Thomaz
e Maria do Carmo Nabuco, em
1938, foi comprado por um colecionador de São Paulo que preferiu manter o anonimato.
Foram negociados ainda quadros de Cícero Dias (1907-2003),
Armand Julien Pallière (1784-1862), cujo quadro "Retrato do Filho do Artista na Varanda da Casa
do Avô" foi a segunda peça mais
cara do leilão (R$ 1 milhão), e objetos pessoais de Nabuco, como a
mesa de trabalho e as cadeiras em
mogno inglesas de 1830, onde o
abolicionista escreveu "Minha
Formação", um de seus livros
mais importantes (conjunto vendido por R$ 102 mil).
"A família Nabuco ficou muito
satisfeita com o resultado do leilão e surpresa com a valorização
de algumas peças", disse o leiloeiro Acir Joaquim Costa, citando
como exemplo o tinteiro usado
pelo abolicionista, avaliado em R$
3.000 e arrematado por R$ 41 mil.
De acordo com o consultor João
Carlos Lopes dos Santos, autor do
"Manual do Mercado da Arte", o
leilão, que aconteceu na Galeria
de Arte Leone, em Laranjeiras, foi
um dos mais importantes já realizados no país. Alguns itens foram
comprados pelos próprios membros da família Nabuco, que optou pelo leilão como a melhor forma de fazer a partilha dos bens.
(DANIEL ENGELBRECHT)
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