|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Governo tenta minimizar crise na área
DE WASHINGTON
A Casa Branca anunciou na
semana passada o nome do titular do National Endowment
for the Humanities (NEH),
fundo federal que, com o National Endowment for the Arts
(NEA), responde pela linha de
frente do dinheiro público dos
EUA aplicado diretamente na
cultura. É o ex-representante
(deputado federal) Jim Leach,
66, republicano moderado de
Iowa, um dos seis do partido na
Câmara a votar contra a Guerra
do Iraque em 2002.
Ele e Rocco Landesman, novo titular do NEA, serão o que
os obamistas chamam de "czares das artes". O uso constante
do título para diversas áreas do
governo levou o senador John
McCain a postar no Twitter:
"Obama tem mais czares que os
Romanovs, que comandaram a
Rússia por três séculos: Romanovs, 18, "cyberczar" completa o
vigésimo [de Obama]".
Ironias -e a surpresa de saber que o ex-concorrente republicano de Obama à Presidência já domina a tecnologia do
Twitter, ele que na campanha
disse ter dificuldade em lidar
com computadores- à parte, o
fato é que o novo presidente parece tentar criar condições para minimizar o impacto da crise
econômica no setor cultural.
Juntos, o NEH e o NEA têm
um orçamento anual de US$
332,6 milhões, ou cerca de R$
665 milhões -o orçamento
anual do Ministério da Cultura
brasileiro é de R$ 800 milhões.
No governo norte-americano
atual, não há um cargo cultural
com status de ministro. Os dois
"czares" seriam uma tentativa
de suprir essa lacuna, embora
não esteja previsto que eles terão acesso direto a Obama.
Pessoas do setor ouvidas pela
Folha reconhecem que o atual
presidente mostra uma sensibilidade maior para a área que
seu antecessor, George W.
Bush (2001-2009), mas que
apenas isso pode não ser suficiente. É verdade que os orçamentos de Obama para o NEH
e o NEA aumentaram, respectivamente, 10,5% e 4% em relação aos do ano anterior, ainda
sob comando do republicano.
O problema é que, com exceção de indústrias autossustentáveis, como a cinematográfica,
a fonográfica e a editorial, setores como o de museus e música
erudita dependem pesadamente de doações de pessoas físicas
e verba de fundações. E essas
secaram com o agravamento da
crise.
(SD)
Texto Anterior: Frase Próximo Texto: Vinho: Europa desiste de projeto para rosé de corte Índice
|