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CRÍTICA DRAMA
Filmes da tarde mostram o poético cinema de John Ford
INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA
Uma observação preciosa
no documentário sobre John
Ford que o TCM exibiu recentemente diz respeito à diferença de estilo entre seus filmes dos anos 1930 e 1940.
Nos anos 30, os filmes têm
cara de estúdio. A partir dos
40, o ar livre ganha presença.
Isso é visível em "O Delator"
(TCM, 14h; 12 anos) e "O Céu
Mandou Alguém" (TCM,
15h35; 12 anos), de 1935 e
1948, respectivamente.
Digamos que todo o cinema dos anos 30 se adaptava
ao sonoro e era feito quase todo em estúdio. O aspecto artificial, hoje claro, não era percebido pelo público.
À parte isso, temos aí dois
exemplos notáveis da poesia
desse autor. O documentário
mostra como Ford reduzia
uma pilha de diálogos a um
simples e eloquente gesto.
Cada vez mais, seus velhos
filmes têm muito a ensinar.
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