São Paulo, quinta-feira, 09 de junho de 2011

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teatro

Destaque do Filo busca diálogo entre teatro e cinema

Diretor Alejandro Catalán, um dos principais nomes da cena alternativa argentina, realiza edição "ao vivo"

Espetáculo é um dos que estão no 43º Festival Internacional de Londrina, que abre programação amanhã

GABRIELA MELLÃO
DE SÃO PAULO

Festival internacional de teatro mais antigo da América Latina, o Filo (Festival Internacional de Londrina), inicia sua 43ª edição.
Entre a programação, que tem a diversidade como norte e apresenta 12 espetáculos internacionais, além de 35 nacionais e locais, o foco recai sobre Alejandro Catalán, encenador que conquistou prestígio na cena alternativa de Buenos Aires.
"Catalán é um dos mais destacados diretores argentinos da atualidade. É também iluminador e ator, colecionando prêmios em todas essas categorias", diz o diretor do evento, Luiz Bertipaglia.
Em "Amar", o encenador constrói um retrato sobre as relações humanas a partir de uma viagem que envolve três casais. Arma os atores com lanternas. Ao iluminarem a cena, eles editam a obra e avivam a tensão em cena.
"A partir de uma proposta muito simples, Catalán consegue transmitir a intensidade e a crueldade de seus personagens", fala Bertipaglia. "As lanternas com que os atores se iluminam são parentes do enquadramento de cinema. Em cena, criam um jogo teatral explícito e mágico", diz Catalán à Folha.
Este primeiro plano criado através da iluminação destaca a gestualidade, fonte de expressão não verbal decisiva em sua maneira de narrar.
O artista cria unicamente sobre o palco, através de longos processos -"Amar" levou dois anos. Não parte de texto ou alguma ideia predeterminada.
Para ele, esta opção abre o processo de criação a um grau de indeterminação "tão fascinante quanto difícil de suportar".
Sua intenção é assumir a atuação como geradora do acontecimento cênico. Palavra não pode prevalecer, tampouco imagem. A pesquisa recai sobretudo no trabalho de atuação.
Em sua concepção, o ator não é intérprete, mas o criador de maior potência de uma obra teatral. Usando técnicas de improvisação, estimula a capacidade de cada ator produzir ficção. "Quero que os atores inventem seres intransferíveis", fala.
Catalán considera "Amar" seu trabalho mais autoral: "Com a ajuda da potência dos seis atores, conquisto minha maturidade artística".

FESTIVAL INTERNACIONAL DE LONDRINA 2011

QUANDO de amanhã a 26/6
ONDE Diversos espaços de Londrina (tel. 0/xx/43/3324-9202). Mais informações no site www.filo.art.br
QUANTO de R$ 7,5 a R$ 20
CLASSIFICAÇÃO não informada


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