PAULO SANTOS LIMA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Difíceis para alguns, os filmes de Júlio Bressane trabalham, na verdade, com imagens bem diretas, concretas e claras. É um cinema intelectual apenas nos procedimentos que antecedem a imagem projetada na tela.
Sua obra busca sempre a matéria -dos corpos em cena, do próprio cinema em suas ações óticas e sonoras- para mostrar o belo em sua manifestação mais física.
Isso está em "Cleópatra" (Canal Brasil, 2h20, 16 anos). E mais incisivamente em Alessandra Negrini, que encarna a rainha egípcia.
Bressane parece ter encontrado a imagem-síntese de seu cinema nesta atriz, cuja beleza e talento extraordinários se expressam no que está mais visível na cena: o corpo em suas formas e sons.


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