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VIOLÊNCIA À TARANTINO
Insegurança
causa união
de entidades
IVAN FINOTTI
da Reportagem Local
Seis entidades ligadas ao mercado publicitário e cinematográfico
estão se unindo para empreender
uma ação conjunta pela resolução
do caso do Estúdio Abertura.
"Resolvemos trabalhar em conjunto para que não reine mais esse
clima de insegurança entre nossos
associados", afirma Cássio Pardini, diretor executivo da Apro (Associação Brasileira das Empresas
Produtoras de Obras Audiovisuais
Publicitárias).
Lideradas pela Apro, as entidades -quatro associações e dois
sindicatos- vão pedir prioridade
à secretaria da Segurança Pública
na investigação dos atentados ao
estúdio.
O Estúdio Abertura fechou suas
portas no dia 22 de junho, quando
quatro homens armados invadiram e incendiaram o local. O prejuízo foi de R$ 6 milhões e 70 funcionários foram dispensados.
Antes disso, em 28 de abril, a polícia encontrou três quilos de cocaína em um banheiro do estúdio.
E em 17 de março, o dono do
Abertura, Joaquim Clemente, foi
baleado três vezes na avenida Indianópolis. Até agora, a polícia
não tem pistas sobre os autores
dos dois atentados.
Para o advogado da Apro, João
Paulo Morello, "os atos criminosos feitos contra o Abertura não
têm quaisquer indícios de conclusão. Vamos pedir prioridade na
investigação ao secretário José
Afonso da Silva".
Pardini e Morello querem se reunir com o secretário da Segurança
Pública na semana que vem.
Ministério da Cultura
As entidades também procuram
conseguir uma audiência com o
ministro da Cultura, Francisco
Weffort.
"Queremos pedir ao ministro
que dê benefícios fiscais para a entrada de novos equipamentos de
telecinagem no mercado brasileiro", diz Morello.
O Estúdio Abertura era uma das
três únicas empresas do país a oferecer o serviço de telecinagem
-transformação de filme em vídeo. Agora, restam a Casablanca,
em SP, e a Mega, no Rio. Uma máquina de telecine custa entre US$ 1
milhão e US$ 2 milhões.
Segundo Pardini, "a destruição
do Abertura é uma pedra no caminho da indústria cinematográfica
brasileira, que vinha crescendo".
"Agora, as duas únicas empresas que fazem telecinagem no Brasil estão sobrecarregadas e produtores têm sido obrigados a recorrer a empresas estrangeiras. Não
queremos isso", diz.
Negativos
Um novo levantamento de arquivo feito pelo produtor Marcelo
Bloisi revelou que os negativos do
clipe "Maracatu Atômico", de
Chico Science, não foram queimados no incêndio criminoso do Estúdio Abertura, ao contrário do
que se pensava. Bloisi afirma que o
que se perdeu foi uma série de fitas
telecinadas do videoclipe.
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