São Paulo, quinta-feira, 09 de agosto de 2001

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MUNDO GOURMET

Instalações chamam mais a atenção que cardápio no Giallo

JOSIMAR MELO
COLUNISTA DA FOLHA

Não pára de crescer em São Paulo o número de hotéis de vários tipos (dos convencionais aos de flats em diversas modalidades). Em cada um que abre, é um novo restaurante para a cidade. Mas nem sempre apropriado pela cidade, cujos habitantes costumam ignorar olimpicamente os novos estabelecimentos.
Entre tantos que vão abrindo (e que eu comentarei paulatinamente), está o Giallo, encravado no novo hotel Meliá de Higienópolis. Como em vários outros casos, o restaurante fica retirado em relação ao público, longe da rua, sem vista para os que passam, o que certamente não estimula a frequência dos moradores ou de quem trabalha por ali.
Quem descobrir sua existência e se propuser a entrar descobrirá também que, ainda como em vários outros casos atuais, o Giallo está muito bem instalado. É sóbrio e bonito, muito confortável, bem equipado. Tem poltronas amplas e louça adequada (incluindo reluzentes cloches, que produzem mais efeito visual do que outra coisa), além das comodidades, como o estacionamento com manobrista sem custo adicional.
Já o cardápio é menos atraente: com tons italianos, ele circula por aquela zona nebulosa que define a idéia do restaurante de hotel e que poucos ousam transgredir: pratos mais ou menos convencionais, que possam satisfazer uma gama ampla de possíveis frequentadores, hóspedes que teoricamente querem comida sem aventura, pessoas que são mais preguiçosas à mesa do que gourmets.
Nesse espectro, os pratos são preparados pelo chef de cozinha Claud Tohya Yamashita, 32, brasileiro filho de pai japonês, com dez anos de experiência hoteleira fora do Brasil. Embora de formação francesa, curiosamente ele é mais bem-sucedido na área italiana que propõe, como nos gostosos raviólis de mussarela de búfalo, com um molho de tomates equilibrado e um toque de pesto para perfumar.
No extremo oposto, ficam os peixes, que perdem a suculência por excesso de cozimento, como o robalo ao forno com crosta de ervas (guarnecido por erva-doce refogada) e o salmão ao molho de vinagre balsâmico, mel, laranja e cardamomo. A compensação é que os preços estão muito abaixo dos praticados normalmente pelos hotéis.


Cotação: $$°Avaliação: regular


Restaurante: Giallo
Onde: rua Maranhão, 371 (hotel Meliá, Higienópolis, tel. 0/xx/11/3665-8200)
Horário: de seg. a sáb., das 12h às 15h e das 18h às 22h
Ambiente: sossegado e confortável
Serviço: cordial
Cozinha: principalmente italiana, sem brilho
Quanto: entradas, de R$ 8 a R$ 12; pratos principais, de R$ 13,50 a R$ 21; sobremesas, de R$ 5 a R$ 7,50

$ (até R$ 22); $$ (de R$ 22,01 a R$ 42); $$$ (de R$ 42,01 a R$ 62); $$$$ (acima de R$ 62). Avaliação: excelente    ; ótimo   ; bom  ; regular (sem estrela); ruim  




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