São Paulo, quinta-feira, 09 de agosto de 2007

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Sandy Leah & Junior Lima

Dupla fenômeno da indústria fonográfica fala à Folha sobre a separação e o lançamento do último CD; em 2008, ela deverá virar Sandy Leah e ele, Junior Lima

Grupo selecionado pela Ilustrada, que vai do crítico Tinhorão à jornalista pivô do escândalo Renan Calheiros, faz perguntas aos irmãos

Bruno Miranda/Folha Imagem
Sandy e Junior em hotel dos Jardins, SP, onde concederam entrevista sobre o último projeto da dupla


LAURA MATTOS
THIAGO NEY
DA REPORTAGEM LOCAL

Ela agora será Sandy Leah (pronuncia-se leá) e ele, Junior Lima. Após 17 anos de carreira, 16 álbuns lançados, mais de 15 milhões de cópias vendidas e 1.700 apresentações, os irmãos lançam o que garantem ser o derradeiro projeto da dupla.
Chegou às lojas nesta semana o CD "Acústico MTV", embalado pela última tentativa de dar à ex-dupla sertaneja um ar cool. O programa com a gravação do disco vai ao ar pela MTV em 2 de setembro, e o DVD será lançado no dia seguinte. A turnê de despedida teria início ontem, seguirá até dezembro, e já começou o leilão entre as cidades para sediar o último show.
Anteontem, uma entrevista coletiva foi concedida por eles em um hotel em São Paulo. Horas antes, Sandy e Junior receberam a Folha em uma suíte para uma conversa exclusiva.
Falaram de separação, carreira solo, psicanálise (Sandy faz há seis anos; Junior, há um), fama de certinhos e boxe (eles treinam na academia que têm em casa, em Campinas).
E concordaram em responder a perguntas formuladas por um grupo selecionado pela Ilustrada, que vai do veterano crítico José Ramos Tinhorão a Mônica Velloso, que além de pivô do escândalo Renan Calheiros (teve uma filha com ele) e futura capa da "Playboy", é também jornalista.
Tinhorão não gostou da proposta de ser uma das pessoas "inteligentes" a enviar questões à dupla: "Há uma contradição no que você me pede", disse ele. "Pessoas inteligentes não falam em Sandy e Junior. E pode atribuir a mim essa declaração. Agora, pode parar de gastar o seu latim e me deixar voltar ao trabalho", finalizou.
"Jesus", disse Junior ao saber do comentário. Sandy contra-atacou, dizendo que ele não era um "crítico da atualidade".
Nelson Motta, jornalista, letrista, produtor musical e colunista da Folha, amenizou o clima, chamando os dois de "talentosos".
Abaixo, segue a entrevista à Folha, na qual Sandy revelou também que pretende acrescentar o sobrenome Leah quando entrar em carreira solo.

 

SEPARAÇÃO
Sandy: "A decisão foi muito rápida. Pensamos nisso ao mesmo tempo e demos só alguns dias para maturar a idéia, ter certeza de que não iríamos nos arrepender. Claro que os nosso projetos paralelos [Junior teve uma banda e rock e Sandy se apresentou sozinha cantando jazz e MPB] tiveram influência nessa decisão".
Junior: "Estávamos em uma reunião de planejamento [em março]. Quando veio a questão "Para aonde vamos agora, que CD faremos'; um olhou para a cara do outro e sabíamos que era o momento. Na hora, falamos que iríamos nos separar".

TERAPIA
Sandy: "Faço há seis anos psicanálise, o que me ajuda a ter autoconfiança, segurança. É claro que a separação passou pela terapia. Sempre levei minhas questões pro divã".
Junior: "Comecei há um ano e me ajudou muito".

CARREIRA SOLO
Junior: "Estamos na fase de planejar a turnê. Mais para a frente, decidiremos o que cada um vai fazer. Não sei se vou montar uma banda, cantar sozinho. Mas vou continuar trabalhando com música".
Sandy: "Tenho loucura por jazz. Mas já sei que não vou fazer jazz. Porque jazz ainda não é para o Brasil. Gosto da Madeleine Peyroux, Diana Krall, Céu, da Norah Jones, que tem uma maneira de passear entre o jazz e o pop. Não é considerada uma jazzista, mas o som dela tem cara de jazz. É acessível para qualquer pessoa. Admiro isso. Quero fazer um trabalho assim e com personalidade".

IMAGEM
Sandy: "Não gosto de rótulo. "A Sandy é a princesinha, o Junior é o menino bonzinho da balada..." Isso me incomoda. Muitas vezes a imagem que fazem de mim não é verdadeira. Mas não vou lutar contra isso. Vivo em Campinas, raramente vou a festas em São Paulo ou no Rio. Lá não tem paparazzi, ninguém vê se eu estou saindo. Não gosto do esquema de celebridades, de ser arroz de festa".
Junior: "É difícil se livrar da imagem de criança. Tem gente que vê meu show de rock e me diz: "Pô, não sabia que você tocava". Claro, sou músico! Isso vem do preconceito contra nós. É uma imagem antiga que ficou presa na cabeça das pessoas. De um ano para cá, parei de me preocupar. É a terapia...".


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