São Paulo, Segunda-feira, 09 de Agosto de 1999
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RELÂMPAGOS
No Alto

JOÃO GILBERTO NOLL

Um quadro no cimo da escada retratando uma batalha naval. Chama a atenção um ferido, debruçado na borda de uma embarcação. Ele olha para o alto. Para o homem que galga os degraus, isso sempre pareceu um ríctus viciado. As pupilas do agonizante a procurar lá em cima o que poderia estar aqui em baixo, defronte, ao lado, atrás. Por que sempre no alto, nos estertores, nos confins da luz, hein? Ele se pergunta apagando a lanterna. Agora entraria em surdos passos no quarto. O que teria de fazer precisaria apenas do escuro, nada mais.



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