São Paulo, quarta-feira, 09 de setembro de 2009

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

TELEVISÃO

Crítica


"Baixio das Bestas" mostra ecos da cultura de coronéis

INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA

Há quem goste dos filmes de Cláudio Assis, há quem os deteste cordialmente. Há neles uma espécie de brutalismo (uma espécie), ou antes uma ausência de pudor ao abordar o Nordeste que quase assusta.
É assim em "Baixio das Bestas" (Canal Brasil, 22h, 18 anos). É como se houvesse um mundo que já morreu e outro ainda não nascido (insisto: como se). Algo que já foi, essa cultura dos coronéis, mas insiste em permanecer. Lá estão seus ecos, seja naquela tradição de bandas musicais ou no avô que expõe a neta nua por dinheiro.
O reverso do mundo dos coronéis (ou, quem sabe, de Canudos), transportado para o universo da pobreza, dá nisso: o universo dos coronéis. É do mesmo ao mesmo que se transita, embora seja possível vislumbrar (pode ser só um sentimento, um desejo, um erro), talvez pressentir, nesse mundo áspero, algo novo.


Texto Anterior: O melhor do dia
Próximo Texto: José Simão
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.