São Paulo, sexta-feira, 09 de setembro de 2011

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros Colker cria versão dançada de Púchkin Coreógrafa carioca estreia hoje em São Paulo "Tatyana", peça baseada em "Evguêni Oniéguin", do autor russo Investimento em narrativa fez diretora considerar adaptar "Romeu e Julieta", "Medeia" e "Carmen" AMANDA QUEIRÓS DE SÃO PAULO Contar uma história por meio da dança nunca foi fácil. Nos balés clássicos, por exemplo, a narrativa é conduzida pela pantomima, e não pelos passos dançados. Mesmo ciente dessa limitação, a coreógrafa carioca Deborah Colker não descansou até achar algo com começo, meio e fim para levar à cena. Não bastasse a fixação na história, a que ela encontrou exigia um trânsito espinhoso: uma adaptação literária. Baseada em "Evguêni Oniéguin", do russo Aleksandr Púchkin (1799-1837), "Tatyana" chega enfim a São Paulo. Após estrear no Festival de Curitiba, em março, e cumprir temporada no Rio, a peça fica em cartaz de hoje até o dia 18 no teatro Alfa. Colker escolheu Púchkin após considerar outras tramas, como "Medeia", "Carmen" e "Romeu e Julieta". "Vi a necessidade de contar uma história, algo que a dança contemporânea fez questão de negar", afirma ela, que embarcou no projeto após dirigir "Ovo", espetáculo do Cirque du Soleil. Na trama, Oniéguin é um dândi que, em visita ao interior, encanta a provinciana Tatyana e a esnoba. Anos depois, falido, ele a reencontra, já casada e mais sofisticada, e cai de amores por ela. Na versão de Colker, há apenas quatro personagens e cada um é dançado por mais de um bailarino. A coreógrafa também incluiu o próprio Púchkin na cena, que ela reveza com Dielson Pessoa. Outra marca da releitura é a inversão de protagonistas. Sai Oniéguin, entra Tatyana, tida por Colker como a verdadeira estrela do livro. "Essa é uma obra sobre a vida, sobre escolhas que tomamos e as transformações por que passamos por conta delas. Vi que podia, sim, contar isso por meio da dança." TATYANA QUANDO sex., às 21h30, qua., qui., e sáb., às 21h, e dom., às 18h; até 18/9 ONDE Teatro Alfa (r. Bento Branco de Andrade Filho, 722, tel. 0/xx/11/5693-4000) QUANTO de R$ 40 a R$ 100 CLASSIFICAÇÃO livre JOSÉ SIMÃO O colunista está em férias Texto Anterior: FOLHA.com Próximo Texto: Carlos Heitor Cony: Tanta coisa e nada Índice | Comunicar Erros

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